O término do pontificado de Francisco acende discussões e movimenta bastidores em torno do conclave mais aguardado da década. Nomes do episcopado brasileiro, com trajetórias marcadas por influência local e ações no exterior, ocupam posição estratégica no debate sobre o novo rumo da Igreja Católica. Entre eles, o atual arcebispo de Salvador, Dom Sérgio da Rocha, aparece como um dos possíveis candidatos, mesclando histórico acadêmico sólido e vasta experiência pastoral. Ele comandou a Arquidiocese de Teresina entre 2008 e 2011, quando foi transferido para a Arquidiocese de Brasília.
Envolvido em projetos pioneiros ao longo de sua atuação no Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, Dom Sérgio construiu reputação de liderança inovadora. A trajetória do religioso revela formação aprofundada tanto no país quanto na Europa, fator apontado por especialistas como diferencial nesse momento decisivo. Movimentos recentes na hierarquia da Igreja destacam sua ascensão, com atribuições em órgãos essenciais à governança do Vaticano, consolidando seu papel na definição de políticas e estruturas eclesiásticas.
Outros nomes se unem a ele na lista de brasileiros com direito a voto na escolha do futuro Papa. O painel revela diversidade de perfis, combinando tradição, renovação e capacidade de adaptação às demandas sociais contemporâneas. Ao todo, oito cardeais — vindos das principais capitais do país e com percursos que cruzam dioceses estratégicas — terão voz ativa nesse processo. O protagonismo brasileiro reflete, assim, o reconhecimento internacional da Igreja em solo nacional, que, entre transformações pastorais e avanços institucionais, ampliou sua representação e influência nos debates globais.
A amplitude dessas carreiras inclui atuação em cargos de direção nacional e internacional, participação em conselhos que assessoram diretamente o Papa, além de reconhecimento por parte de instituições civis nos estados por onde passaram. Com iniciativas que vão de promoção vocacional à reconfiguração de paróquias, cada um desses líderes responde por conquistas que projetam o Brasil no cenário católico mundial.
No cerne desse movimento, está a expectativa de que a decisão sobre o próximo sucessor de São Pedro seja marcada não apenas por critérios tradicionais, mas também por uma análise cuidadosa do contexto social contemporâneo, da experiência pastoral acumulada e, principalmente, da capacidade de diálogo com desafios emergentes.
Independente do resultado, a ativa participação dos cardeais brasileiros no conclave sinaliza uma Igreja aberta a mudanças e consolidada como referência de renovação na rota do Vaticano.
CARDEAIS BRASILEIROS QUE PARTICIPARÃO DO CONCLAVE
- Dom João Braz de Aviz (77 anos; arcebispo emérito de Brasília).
- Dom Odilo Pedro Scherer (75 anos; arcebispo de São Paulo).
- Dom Orani João Tempesta (74 anos; arcebispo do Rio de Janeiro).
- Dom Leonardo Ulrich Steiner (74 anos; arcebispo de Manaus).
- Dom Sérgio da Rocha (65 anos; arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil).
- Dom Jaime Spengler (64 anos; arcebispo de Porto Alegre).
- Dom Paulo Cezar Costa (57 anos; arcebispo de Brasília).
- Dom Raymundo Damasceno Assis (80 anos, arcebispo emérito de Aparecida).