Tatiana Medeiros: Polícia Federal solicita manutenção da prisão da vereadora de Teresina

A detenção foi desencadeada pela Polícia Federal durante uma operação que mirou diversos endereços ligados à parlamentar

Desde o início de abril, o cenário político do Piauí foi abalado: Tatiana Medeiros, vereadora de Teresina, segue detida sob graves acusações envolvendo crimes como organização criminosa, compra de votos, lavagem de dinheiro, apropriação indébita e o chamado ‘rachadinha’. A detenção foi desencadeada pela Polícia Federal durante uma operação que mirou diversos endereços ligados à parlamentar.

Em resposta recente, o Ministério Público Eleitoral exigiu informações detalhadas à Polícia Federal sobre o interesse e os desdobramentos da cautelar que mantém Tatiana encarcerada. A solicitação reforça a pressão sobre o andamento processual e sobre possíveis diligências ainda não divulgadas.

Conforme registro policial, a PF solicitou oficialmente a continuidade da prisão da vereadora. Tatiana segue reclusa no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar do Piauí, enquanto o futuro da sua liberdade depende da análise criteriosa do Judiciário, que ainda avalia se mantém ou não a detenção.

Tentativas de relaxamento da custódia vêm sendo frustradas semana após semana. O dia 10 de abril ficou marcado pela rejeição de um pedido de soltura assinado pelo juiz Luís Henrique Moreira Rêgo, do 1º Juízo das Garantias. Poucos dias depois, nem mesmo o pleno do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí, com cinco votos contrários diante de apenas dois favoráveis, aceitou o habeas corpus protocolado pelo advogado Samuel Castelo Branco Santos.

REDE DE INFLUÊNCIA E OPERAÇÕES SIGILOSAS SOB INVESTIGAÇÃO

O cerco da Polícia Federal não se limita à vereadora. O inquérito, conduzido pelo delegado Daniel Alves, aponta o envolvimento de Alandilson Cardoso, companheiro de Tatiana, que está preso em Minas Gerais, além do padrasto dela, Stênio Santos. O Instituto Vamos Juntos, entidade fundada por Tatiana, aparece como peça-chave no esquema de distribuição de benefícios em troca de apoio eleitoral.

Durante buscas, agentes federais encontraram listas de eleitores e detalhados relatórios de pagamentos, realizados principalmente via pix, a lideranças e cidadãos. Parte significativa dessas provas foi resgatada de aparelhos eletrônicos que haviam sido supostamente destruídos. O juiz responsável também determinou a suspensão imediata das atividades da ONG gerida por Tatiana.

As investigações demonstram que Stênio Santos, o padrasto da parlamentar, atuava como operador financeiro, facilitando transações para a campanha eleitoral. Junto a ele, a mãe de Tatiana, Maria Odélia Medeiros, também aparece apontada como peça importante no núcleo familiar que apoiava a candidata.

Pagamentos individuais no valor de R$ 100 por voto reforçam a dimensão do escândalo, sendo confirmados transferências via pix como método preferencial. Em meio a essas revelações, um áudio compromete ainda mais o grupo: o namorado de Tatiana, Alandilson, admitiu ter investido cerca de R$ 1 milhão na campanha dela e sugeriu que uma facção criminosa teria representação direta no legislativo municipal.

Vereadora Tatiana Medeiros / FOTO: Arquivo Pessoal

A produção do Portal Arquivo 1 não conseguiu contato com a assessoria da parlamentar, mas o espaço está aberto para a sua defesa.

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