Um homem de 45 anos tornou-se a primeira vítima fatal da dengue em Teresina este ano, falecendo em 2 de abril em um hospital da rede particular. A confirmação veio da Fundação Municipal de Saúde (FMS), que identificou o caso como o primeiro óbito pela doença na capital piauiense em 2025.
Antes de falecer, a vítima apresentou um quadro clínico característico da infecção: dores musculares intensas, náuseas persistentes, episódios de vômito e contagem de plaquetas significativamente reduzida. O diagnóstico definitivo de dengue foi confirmado através de exames laboratoriais realizados após o falecimento.
Queda expressiva nos casos, mas vigilância continua
Apesar da tragédia, Teresina registra uma tendência positiva no controle da doença. Entre janeiro e março deste ano, foram notificados 693 casos de dengue na capital - uma redução expressiva de 60% em comparação com o mesmo período do ano anterior, quando 1.755 pessoas foram diagnosticadas com a enfermidade.
Walfrido Salmito, diretor de Vigilância em Saúde da FMS, faz um alerta importante.
"Embora tenha havido essa redução do número de casos, é necessário que a população fique em alerta e, se tiver qualquer sintoma, pode e deve procurar os hospitais e UPAs para receber os devidos cuidados".
Cenário estadual preocupa
O Piauí já contabiliza duas mortes por dengue em 2025. A primeira vítima foi uma menina de apenas 12 anos, moradora de Nazaré do Piauí, região Sul do estado. A criança, que sofria de anemia falciforme (uma condição genética rara que afeta a hemoglobina), faleceu em 28 de fevereiro na UPA Dr. Adelmar Pereira da Silva, em Floriano, após quatro dias de internação.
O Painel Epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí revela números alarmantes: até 6 de abril, o estado já registrou 2.459 casos prováveis e 1.166 confirmados de dengue. O ano de 2024 foi particularmente devastador, com mais de 15 mil casos e 24 óbitos - um recorde trágico na última década.
Sinais de alerta que podem salvar vidas
De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas mais comuns da dengue incluem febre alta, dor de cabeça intensa (especialmente na região atrás dos olhos) e erupções cutâneas avermelhadas. Sinais que indicam agravamento da doença e exigem atenção médica imediata são:
- Dor abdominal contínua e intensa
- Vômitos persistentes
- Sangramento em mucosas (boca, nariz, gengivas)
Grupos de risco que merecem atenção redobrada incluem gestantes, crianças menores de 2 anos e idosos acima de 65 anos. A orientação médica é clara: buscar atendimento aos primeiros sinais da doença é fundamental para evitar complicações graves.
Prevenção ainda é o melhor remédio
- Especialistas reforçam que as medidas preventivas continuam sendo a melhor estratégia contra a dengue:
- Eliminar água parada em recipientes como vasos de plantas, pneus, garrafas e calhas
- Manter caixas d'água bem vedadas
- Usar repelentes regularmente, especialmente nas áreas de maior incidência
- Buscar a vacinação nos municípios onde está disponível para a população elegível
A tragédia recente em Teresina serve como um lembrete doloroso de que, mesmo com a redução nos casos, a dengue continua sendo uma ameaça séria à saúde pública, exigindo vigilância constante das autoridades e da população.