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Os bruxos e as suas bruxarias

Nesta semana, depois do baque do PIB, o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou que poderia liberar os recursos das contas do FGTS

03 de junho de 2019, às 12:00 | Genésio Júnior

A semana foi muito boa para o Presidente Jair Bolsonaro, mas a questão econômica não o deixa em paz.

O perfil do PIB no primeiro trimestre de 2019 com a primeira indicação negativa desde o caos que foi o Governo Dilma Rousseff, sinalizando uma possível volta da recessão, assustou apesar do chamado Mercado não ter se surpreendido. O final da semana foi marcado pelas posições veementes do Democratas e do PSDB em favor da reforma da Previdência. Os tucanos sinalizaram que podem fechar questão pela reforma, que está sendo relatada na comissão especial, na Câmara dos Deputados, por um de seus filiados.

O Democratas também sinalizou que estaria se afastando do grupo conhecido como “Centrão”. Arrisco provocar o leitor (a) a pagar para ver, até porque a liderança que o Democratas tem hoje no Congresso pode ir além do “Centrão” mas não é aquém. É necessária essa sinergia. Eles, todos, que se virem para lidar com os problemas que a alcunha ganhou.

Agora, muito se fala nos meios econômicos que se é certo que a tal reforma da Previdência é necessária, mas não é fundamental, por si só, para voltarmos a crescer economicamente, é certo, também, que medidas anticíclicas parecem necessárias para esse retorno à vida saudável na economia.

O MDB discutiu internamente a reforma da Previdência que chegou a esse momento exatamente porque o Governo Michel Temer espancou e foi espancado com o tema. Foi posto nesse encontro dos emedebistas que políticas anticícilistas voltadas exclusivamente para o investimento e não ao consumo seriam fundamentais.

Nesta semana, depois do baque do PIB, o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou que poderia liberar os recursos das contas do FGTS. Lembre-se que o Governo Michel Temer também fez liberação mas das contas inativas. As medidas anticíclicas, que na prática são ações diversas que os governo fazem na economia seja para deter um crescimento exagerado ou elevar um crescimento baixo caíram em má-fama face aos erros fatais cometidos pelo governo Dilma, segunda fase, especialmente.

O Governo já começa a montar pequenas ações neste sentido. Em setembro, vai chegar ao Congresso a proposta de um Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste. Já foi anunciado aos governadores do Nordeste um total de R$ 4 bilhões para eles usarem em investimento. Guedes com essa do FGTS, que não é dinheiro do governo mas do trabalhador e dos empresários, que a princípio foi informado que só será liberado após a aprovação da tal “Nova Previdência”, prepara outra ação anticíclica.

O Governo Bolsonaro não vai poder insistir em fugir desse enfrentamento de ter que mobilizar a economia além dos cortes orçamentários. No encontro do MDB, foi dito que após a aprovação da reforma, definido o quanto se economizará em 10 anos, medida a “potência econômica” da reforma, se deveria pegar um quinhão dessa economia anual e injetar em investimento. Seria um “gasto fiscal” necessário para fazer o empresário voltar a investir.

Paulo Guedes trabalha com a redução do estado e com a reforma da Previdência. Ele não quer nem usar, e admitir, medidas anticíclicas, pois teria reconhecer ações feitas em governos petistas.

De vez em quando alguém arrisca dizer que o Governo Bolsonaro imita, mesmo sem querer, atos e omissões do Governo Dilma.

As chamadas medidas anticíclicas foram demonizadas muito mais pela forma como foram feitas e não por não terem a devida validade. Em regra, os “puritanos” dizem que essas medidas não deveriam ser a regra, mas em tempos sombrios que o Mundo vive desde a crise de 2.008 em que o Planeta foi salvo por esse tipo de ação econômica não podemos dizer que dessa fonte não se beberá.

Será interessante ver os bruxos falando de suas bruxaria como se assim não fossem!

Os bruxos e a bruxaria na economia / Foto: Sapo


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