Nós devemos ficar atentos aos alertas de maio
O presidente da República, Jair Bolsonaro, é um líder popular, para horror dos que lhes são contrários, mas é!
O Governo Bolsonaro está completando 26 meses ao final deste maio enfrentando, certamente, seu pior momento mesmo tendo conquistado logo no início deste ano um conforto maior em sua articulação política ao influenciar, efetivamente, na escolha do comando da Câmara dos Deputados e Senado Federal.
As pesquisas de opinião que estão disponíveis até aqui mostram aumento da rejeição pessoal, ao governo tanto de forma geral como na gestão da pandemia, que, interessante, é menor que a rejeição pessoal, o que chama atenção. Revelando que a pandemia não é o maior problema de Bolsonaro, impressionante e revelador. A sociedade, enfrentando tantos percalços, já notou que os problemas com a pandemia surgem de todos os lados.
Bolsonaro não consegue avançar em territórios minados. No Nordeste, sua rejeição chega a 62%. Interessante que o suporte que vem no Congresso é marcadamente montado por parte da elite política nordestina, que esgrima essa situação. Típico da conhecida habilidade política dessa gente. A importante classe política mineira, não fala tudo o que se gostaria de ouvir. O sul é mais favorável a Bolsonaro, mas por lá já se vê fortes desfalques.
Não se pode esquecer que o Presidente Bolsonaro pode não ter um partido forte a lhe dar suporte, coisa que todos os ex-presidentes em mal momento tinham, até Collor de Melo contou com algum apoio centrista, ressalte-se – porém, não se pode desprezar o apoio popular que tem de seus apaixonados.
Nesse sábado (15/05), alguns milhares de pessoas, ligados notadamente ao setor do agro e alguns tantos ligados ao mundo evangélico, uma fatia que lhe é particularmente fiel, estiveram em Brasília em evento na grandiosa Esplanada dos Ministérios. Dia em que foi divulgada a primeira pesquisa Datafolha mostrando que pela primeira vez os brasileiros e brasileiros deram maioria por um impeachment de Bolsonaro. O número de 49% a favor e 46% contrários são reveladores, mas ainda não são suficientes para afiançar um expurgo, que seria novamente traumático a este país.
Bolsonaro é um líder popular, para horror dos que lhes são contrários, mas é! Ele inaugurou neste país, uma liderança de extrema direita que mesmo perdendo vários de seus argumentos originais, que lhe deram a vitória em 2018, ainda está vívida. A liderança de Bolsonaro parece ter chegado onde muitos avaliavam que seria, representando em torno de ¼ da população nacional. Esse número seria o seu piso? Os que lhe são contrários avaliam que não, porém a condição de presidente da República e com a chegada de mais vacinas, com uma retomada mínima da economia no segundo semestre, avalio aqui que, sim, seja o piso de Bolsonaro. Ele tem como evoluir.
A CPI da Pandemia deverá fazer mais estragos na imagem do Presidente, mas os números até aqui tem mostrado que as pessoas estão mais irritadas com o conjunto da obra. Isso, sim, deve ser visto como um alerta para todos, sejam os contrários, sejam os favoráveis.
Em meio essas dificuldades bolsonaristas e o crescimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas, deve-se atentar para as intensas dificuldades que os grupos centristas vem enfrentando.
O DEMOCRATAS enfrentou neste final de semana desfiliações, como as esperadas saídas do vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, e do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Acusações de ACM Neto contra João Dória, que é o tucano que deseja ser ungido na disputa presidencial, chamaram atenção. Para completar, tem a morte, dolorida para o mundo político, do prefeito de São Paulo, Bruno Covas, um expoente do centro. São tantos alertas que a política nos passa que o cidadão comum que deseja só sobreviver mal pode contar!
Esse maio é um marco!
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