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Mourão, a direita do Piauí e a familiocracia bolsonarista

Tudo isso vai na contramão do que o PSL-PI vem fazendo, prometendo recepção calorosa para o homem que divide o Governo com Jair Bolsonaro

26 de abril de 2019, às 09:00 | Wesslley Sales

Definitivamente comunicação no Governo Bolsonaro é um problema e não tem porta-voz que dê jeito. Principalmente se os garotos do Presidente estiverem envolvidos. As desculpas são sempre as mesmas: proteger o pai; abrir os olhos do Brasil; divulgar o que apenas eles viram.

Desta forma, os jovens parlamentares, o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ) e o Deputado Federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) vão colecionando inimizades no Palácio do Planalto, entre os militares e no Congresso. Agem como se o país fosse uma FAMILIOCRACIA onde a pretexto de proteger Jair Bolsonaro dos inimigos visíveis e invisíveis todos, simplesmente todos podem ser vítimas das tuitadas dos rebentos.

Seguidores de Olavo de Carvalho, os meninos de Bolsonaro não poupam sequer o Vice-Presidente Hamilton Mourão, alvo frequente nos últimos dias. Uma das poucas vozes coerentes e de diálogo do Governo Federal hoje parece ser visto como uma ameaça ao futuro do Presidente (ou o deles próprio). Suas investidas nas redes sociais ganham seguidores, mas também críticas ferrenhas de militantes e simpatizantes da extrema direita nos Estados.

Em Teresina, onde recebe título de Cidadão Piauiense na Assembleia Legislativa e depois vai a Pedro II para um encontro com suas raízes familiares, o General Mourão encontrará resistências. Militantes de um grupo de whatsapp está mobilizando seus seguidores com a hastag: #OlavoTemRazão, em uma clara posição contrária ao Vice-Presidente. Além disso, uma mensagem com título: Razões para não me achar representado por Mourão, está sendo compartilhada entre eles. Tudo isso vai na contramão do que o PSL-PI vem fazendo, prometendo recepção calorosa para o homem que divide o Governo com Jair Bolsonaro.

O fato é que o Governo Bolsonaro está apenas no início e, a continuar batendo de frente com o Congresso e o Judiciário terá problemas para ser equilibrado. Se a estratégia dos garotos Eduardo e Carlos Bolsonaro é blindar o pai e afastar qualquer um que na cabeça deles e de Olavo represente perigo, então é tão perigosa para o próprio Presidente quando para a sociedade brasileira, prestes a ver uma briga fraticida com os militares que ajudam a dar sustentação a Jair Bolsonaro. O futuro, a partir deste cenário é incerto. É preciso deixar o Presidente Governar.

Vice-presidente Hamilton Mourão / Foto: VEJA


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