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Presos no Piauí 114 assaltantes de bancos em um ano. E daí?

Mas, efetivamente não se vê bancos garantindo a segurança de seus correntistas nem criando dificuldades para os criminosos

07 de junho de 2019, às 14:00 | Wesslley Sales

Esta semana a Assembleia Legislativa do Piauí debateu em audiência pública a segurança nos bancos em todo o Estado. Parlamentares, gestores e representantes das instituições financeiras apresentaram questionamentos e respostas óbvias. As ausências sentidas foram o Ministério Público e Tribunal de Justiça, peças importantes neste quebra-cabeça que é a segurança pública.

Para compreender melhor voltemos ao final de 2016 e 2017. Neste período de aproximadamente um ano foram presos no Piauí em torno de 114 assaltantes de bancos e carros forte, 15 deles na Operação Tríade Paulista. Outra quadrilha especializada em estou de caixas eletrônicos foi presa em Parnaíba, mas o bando quase todo, em torno de dez criminosos, foram soltos poucos meses depois. Saíram pela porta da frente do presídio.

Os quatro maiores bancos do país, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil lucraram R$ 19,95 bilhões no primeiro trimestre de 2019, um aumento de 8,3% em relação ao trimestre anterior e de 22,3% na comparação com o mesmo período do ano passado. Em contrapartida, afirmam investir em torno de R$ 9 bilhões em segurança pública. Porém, para o correntista ou para uma cidade do interior essas ações não surtem nenhum efeito.

Mas, efetivamente não se vê bancos garantindo a segurança de seus correntistas nem criando dificuldades para os criminosos. Interessante que a anos tramita na Câmara dos Deputados uma proposta que prevê destruição de cédulas em caso de arrombamento de caixas eletrônicos, alterando a Lei 7.102/83. Acredita-se que esta receita poderia significar uma drástica redução a ataques a bancos, mas até hoje os parlamentares não passaram dos debates.

Já o aparado de segurança pública estadual no país, e no Piauí não é diferente, não tem estrutura suficiente para fazer a guarda dos bancos (e nem é essa a obrigação constitucional) e evitar ataques às instituições. Falta efetivo e equipamentos. Apesar disso, este ano, houve o estouro de bancos em Castelo do Piauí e Campo Maior acabou com 10 bandidos mortos e 19 presos. Todos são reincidentes e, por isso a pergunta é: porquanto tempo ficaram atrás das grades?

Portanto, o problema é gigantesco e de difícil solução. Sem a união de todos aqueles que estão diretamente ligados à segurança dos bancos, incluindo ai os próprios banqueiros, Ministério Público e Justiça, além dos Congressistas, a população estará desamparada. Não apenas vivendo o medo da espera pelo próximo estouro, mas vendo a economia do seu município despencar por falta de agências bancárias e viajando longas distâncias para cumprir seus compromissos.

Suspeitos de assalto a Castelo do Piauí / Foto: GP1


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