Criticar a pobreza no Piauí é fechar os olhos para a crise nacional
De 2016 para 2017 cresceu para 26,5% o número de pessoas em situação de pobreza no país, sendo que 44,8% está no Nordeste
Historicamente o Governo Federal pouco fez para que o Norte e Nordeste acompanhassem o desenvolvimento das regiões mais ricas e do centro do poder, criando um profundo abismo onde a pobreza se sobressai.
Exemplo disso é o estudo técnico, Síntese de Indicadores Sociais, divulgado esta semana pelo IBGE. De 2016 para 2017 cresceu para 26,5% o número de pessoas em situação de pobreza no país, sendo que 44,8% está no Nordeste, algo em torno de 25,5 milhões de pessoas.
Mesmo baixo, no Piauí a situação segue a tendência de crescimento, saindo de 45,1% em 2016 para 45,3% ano passado. Apesar de ser apenas 0,2% a mais de um ano para o outro isso representa algo em torno de 8.234 piauienses vivendo em situação de pobreza.
Mas, o quadro já foi bem pior. Em 1995, estavam na linha de pobreza cerca de 70% da população do Estado. Em 2005 chegamos a 55,8%. Eramos o segundo Estado, ficando pouco atrás do Maranhão, de acordo com os dados do PNAD.
Agora, o problema no Piauí foi menos grave porque o Estado conseguiu nos últimos 15 anos, de acordo com estudo do economista Ricardo Paes de Barros, um crescimento maior entre os mais pobres e menor na classe mais rica. Para ele, é preciso comemorar o aumento de menos de 1% da pobreza frente a forte crise em todo o país.
O IBGE corrobora com Paes de Barros sobre o aumento no número de pessoas vivendo na pobreza estar diretamente ligado à crise financeira sem precedentes no país. Mudar esta situação é, portanto, fazer o Brasil voltar a crescer. Erradicar a pobreza não é tarefa individual de um município ou de um Estado, mas de uma nação que cresceu desigual.
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