Deputados e Governador articulam entre W. Dias e Bolsonaro

O Nordeste deu a Fernando Haddad (PT) uma maioria de quase 11,5 milhões de votos sobre Jair Bolsonaro (PSL), uma vitória esmagadora que pode colocar a região na alça de mira do presidente eleito. Apesar das feridas de campanha ainda recentes, coube ao governador do Piauí representar os gestores e entregar uma carta ao presidente eleito na semana passada durante o Fórum dos Governadores.

Wellington Dias negou que o não comparecimento dos demais governadores nordestinos seja algum tipo de rejeição ao novo Governo. Portando-se como estadista, o Governador do Piauí buscou distencionar qualquer animosidade e pode levar o Estado, com apoio de interlocutores próximos a Bolsonaro, como o Senador Elmano Férrer (PODEMOS), a manter parceria administrativa com o Governo Federal.

Um dos movimentos que podem ajudar a melhorar esta relação está no retorno à Câmara do deputado Paes Landim. O petebista saiu da eleição na segunda suplência com 66.072 votos. Fábio Abreu (PR) é cotado para reassumir a Secretaria de Segurança e Merlong Solano (primeiro suplente pelo PT) ficaria na Secretaria de Educação.

Paes Landim é recordista em reeleições, chegando a oito mandatos consecutivos. É amigo e goza de confiança de Jair Bolsonaro desde o parlamento. Não faz oposição ostensiva ao governo Wellington Dias e pode ser, ao lado de Átila Lira, um dos fortes interlocutores pelo Piauí. Na mesma linha está o deputado Federal Júlio César (PSD).

Em visita a Corrente, o Governador eleito do Distrito Federal, o piauiense Ibaneis Rocha, já demonstrou respeito pela administração de Wellington Dias e mostrou-se disposto a fazer parceria administrativa. Durante a campanha apoiou a eleição de Jair Bolsonaro e deve agora ser um facilitador para as ações do Governo Federal no Piauí.

O Governador Wellington Dias tem declarado que espera do Governo Federal atitude republicana e respeito ao pacto federativo. No entanto, para avançar em seu projeto de desenvolvimento o apoio dessas lideranças pode ser decisivo para facilitar o trânsito administrativo e capitanear mais recursos para o Estado.