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Teresina: mais assessores de políticos que lideranças comunitárias

Estes líderes parecem ser cada vez mais raros. Nas redes sociais, são lideranças que parecem estar mais preocupadas em fazer política

06 de fevereiro de 2020, às 11:00 | EDITORIA DE POLÍTICA

O caso é recente, de novembro do ano passado. O presidente da Companhia Metropolitana de Transporte de Teresina acabou reconstruindo um muro da CMTP na região Sudeste, além do recolhimento de lixo jogado na linha férrea usada pelo metrô. A vitória não veio sem pressão. A história começou após um jovem mobilizar as comunidades a protestar. Tudo através do Whatsapp. Sem saída, restou ao gestor resolver o problema.

Sim, isto é o que se espera de um líder comunitário, independentemente de estar ou não investido em cargos nas associações de moradores. Sem receber salário ou qualquer outra vantagem financeira, é essa a pessoa que se coloca à disposição para lutar por melhorias para seu bairro.

Porém, estes líderes parecem ser cada vez mais raros. O que sobressai, principalmente nas redes sociais, são lideranças que parecem estar mais preocupadas em fazer política, ou melhor, defender interesses políticos dia e noite. São ataques e/ou defesas que, se esse esforço fosse voltado para suas comunidades, talvez rendesse uma praça, um calçamento, escola, creche, casas, melhoria habitacional e tantos outros benefícios.

Em Teresina são aproximadamente 280 associações de moradores registradas legalmente e agrupadas em torno de quatro Federações. Uma delas é a FEBAPI-Federação de Bairros do Piauí, onde existem 85 associações filiadas na capital e 181 em todo o Estado. Entre as atividades existem cursos de conscientização, como desenvolver trabalhos e mostrar o verdadeiro papel da liderança comunitária realizado em Picos em dezembro do ano passado.

Este é o papel das Federações, enquanto entidades que buscam conscientizar e agregar valores para as associações de moradores no momento em que as atuais políticas públicas estão cada vez mais esquecidas. São essas entidades, ao lado da sociedade civil organizada, que tem a melhor possibilidade de buscar formas de defender o que realmente se espera das verdadeiras lideranças comunitárias.

Claro, todo cidadão tem suas preferências políticas, mas enquanto liderança é um erro fazer com que isso prevaleça, em detrimento das necessidades e da luta por aquilo que a comunidade precisa. Até porque uma associação de moradores pode e deve ter projetos nas mais diversas áreas. É possível, por exemplo, lutar por desapropriações de terrenos e construção de moradias em mutirão. Como se vê, não basta adotar o bairro agregado ao próprio nome.

Então, como estão trabalhando esses líderes? Será que algumas dessas pessoas merece mesmo este título, uma vez que se comportam mais como assessores de políticos e menos como lideranças comunitárias? É como se deixasse de cobrar do poder público por medo de perder algum benefício, esquecendo o verdadeiro papel que deveriam desempenhar. A preocupação parece ser com os votos que devem conseguir na próxima eleição para seu candidato ou para si mesmo. Quanto mais cabra, mais cabrito.

Enquanto isso, as comunidades reclamam de mato, lixo, segurança, transporte e tantas outras ações que poderiam ser fortemente abraçadas pelas lideranças. No caso que destacamos no início, o jovem que iniciou a mobilização é Rafael Dias, filho do ex-vereador Ancelmo Dias. Ele não será candidato a nada e, embora tenha suas preferências políticas, agiu como um verdadeiro líder não apenas do seu bairro, mas da própria cidade. Por mais gente assim, porque unidos tem força junto ao poder público e é disso que Teresina precisa.

O que sobressai, nas redes sociais, são lideranças que parecem estar mais preocupadas em fazer política


MIL ANOS

O presidente da Fundação Municipal de Saúde rebateu as críticas do pré-candidato do MDB a prefeitura de Teresina, Dr. Pessoa. Em entrevista recente Pessoa criticou a falta de um sistema adequado para atender as mulheres da capital. Charles Silveira foi duro com o candidato do MDB e disse que Teresina está mil anos a frente de quem critica. Mil anos não sabemos, mas trinta, sim. O MDB terá que escalar uma montanha formada por 30 anos no poder.

CAFÉ AMARGO

Em conversa com um vereador da capital que cumpre os requisitos apontados pelo PL para indicação do vice de Fábio Abreu a pergunta foi natural:

- Você tem interesse em disputar a vaga de vice do Fábio Abreu?, perguntou a Coluna.

- Eu? Não tenho interesse nenhum. O vice-prefeito tem um porão na SDU, duas garrafas de café e uma sala para trabalhar, resumiu o parlamentar da base do prefeito.

Como a coluna não pode deixar de PASSAR A RÉGUA, concluímos:

- Pelo menos o café é quente, vereador?

É melhor perder a fonte que perder a piada.

TUDO COMO ANTES

Após surgir o boato de que o PTB em Picos deixaria a oposição e pularia para a situação, o deputado Estadual Nerinho tratou de desmentir a história. Disse que fica ao loado de Gil Paraibano. E olha que tem o aval do presidente estadual da sigla, João Vicente Claudino.

VALE DE LÁGRIMAS

O prefeito de Picos, padre Walmir, parece que não vai indicar ninguém na chapa majoritária. Queria indicar a candidata a prefeita, o deputado federal Assis Carvalho emplacou o empresário Araujinho. Pediu uma chapa pura e indicar a vice, só que tem os partidos aliados. Pelo visto, o religioso está vivendo como na Oração Salve Rainha, começou a vida com doçura e esperança e vai terminar gemendo e chorando neste vale de lágrimas.

RECONHECIMENTO NACIONAL

O secretário de Educação de Teresina, Kleber Montezuma está entre os cinco gestores escolhidos no Brasil para discutir no ministério da Educação, em Brasília, ações para melhorar a educação básica no país. Teresina foi a única capital do Brasil.


FOTOJORNALISMO


FALA, PEDRO


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