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Bolsonaro bota o 38 no pescoço do Congresso de olho em 2020

Embora diga que não quer afrontar o Congresso com esta possibilidade, Bolsonaro joga o eleitorado diretamente contra o parlamento e, de quebra, dá uma forcinha para o seu 38

30 de dezembro de 2019, às 12:00 | Wesslley Sales

O Presidente Jair Bolsonaro não foge de uma boa briga e essa que ele arrumou é das grandes. No Orçamento 2020 aprovado pelo Congresso o Fundo Eleitoral ficou em R$ 2 bilhões para custear as eleições municipais. Os parlamentares tentaram quase que dobrar esse valor para R$ 3.8 bilhões. No entanto, a pressão de veto do Governo foi maior, provocando o recuo dos congressistas, aprovando assim o custeio da forma como foi enviado pelo Executivo.

O que os parlamentares não esperavam era que agora o Presidente tentasse derrubar ainda mais o Fundo Eleitoral. Depois de deixar o PSL, Jair Bolsonaro tenta ajustar seu novo partido, Aliança Pelo Brasil, rumo a eleição 2020/2022 sem fundo partidário, eleitoral e tempo de rádio e televisão. Desta forma, para tentar reduzir a vantagem em relação as demais siglas, anuncia que pode vetar o valor aprovado no Orçamento R$ 2,035 bilhões. Em outras palavras, seria derrubar o próprio recurso proposto pela equipe econômica do Governo Federal.

A justificativa do Presidente viria das vozes roucas das ruas digitais. Em recente publicação em suas redes sociais ele questionou seus seguidores sobre vetar ou manter o dinheiro aprovado para bancar as eleições do próximo ano. A resposta foi uma espécie de salvo conduto para um veto alinhado com o desejo da população. Embora diga que não quer afrontar o Congresso com esta possibilidade, Bolsonaro joga o eleitorado diretamente contra o parlamento e, de quebra, dá uma forcinha para o seu 38.

Presidente Jair Bolsonaro / Foto: Exame


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