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Somos todos Lava Jato mas sem conluio e de forma imparcial

Assim como o Congresso e o Judiciário, é preciso passar a limpo toda esta história. Há necessidade de investigar para não pairem quaisquer dúvidas

12 de junho de 2019, às 14:00 | Wesslley Sales

O ministro da Justiça, Sérgio Moro disse não lembrar do conteúdo e que não pode assegurar que os diálogos são verdadeiros. Mas, não desmentiu. O procurador-chefe da Força Tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, também não afirmou que as conversas vazadas pelo site The Intercept são falsas. Ambos se limitam a dizer que as mensagens estão fora de contexto e foram conseguidas de forma ilegal por hackers.

“A Lava Jato em Curitiba sofreu um ataque gravíssimo por parte de um criminoso. Que invadiu telefones celulares, sequestrou contas de aplicativos de troca de mensagens, se fez passar por jornalista e procuradores. Nosso receio é que a atividade criminosa dele avance agora para falsear e deturpar fatos nesse imenso ataque contra a Operação Lava Jato”, diz Deltan Dallagnol em trecho de vídeo em suas redes sociais, divulgado nesta segunda-feira (10/06) após a publicação do Intercept.

Enquanto isso, a guerrilha de informações entre militantes de esquerda e direita esquenta as redes sociais. Por um lado tentam denegrir o jornalista do The Intercept, Glenn Greenwald, numa clara tentativa de minimizar as acusações. Por outro, os ataques são contra Moro e Dallagnol, com críticas, pedidos de afastamento dos cargos. O meio jurídico também se divide entre validar documentos conseguidos por meios ilícitos (hackeados) e desconsiderá-los. Governo Federal e Ministério Público Federal saíram em defesa e blindam Ministro e Procurador.

Considerando tudo o que se tem dito é possível avaliar que as condutas reveladas com a divulgação das mensagens são graves e mostram, ao contrário do que dizem Dallagnol e Sérgio Moro, uma estratégia montada entre acusadores e julgador para estancar a possibilidade do Partido dos Trabalhadores voltar ao poder. É preciso esquecer neste momento, se possível, os interesses políticos e ideológicos envolvidos no caso.

Assim como o Congresso e o Judiciário, é preciso passar a limpo toda esta história. Há necessidade de investigar para não pairem quaisquer dúvidas se houve ou não conluio entre procuradores e o ex-juíz, mantendo livre de ameaças  a maior investigação no país e uma das maiores do mundo no combate à corrupção. Sim, somos todos Lava Jato, desde que imparcial e apolítica de verdade.

Ministro Sérgio Moro / UOL


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