DOUGLAS CORDEIRO - Onde estão ocorrendo as falhas no diálogo entre executivo e legislativo?
ISMAEL SILVA - Um dos grandes problemas nessa relação entre executivo e legislativo é o perfil do prefeito de ser mais impositivo. Eu não tenho ligação alguma com o poder executivo. Eu não sei como está a relação de alguns colegas com a prefeitura de Teresina. Quando o assunto é ocupação de cargos na gestão municipal, eu não participo. Para ser muito sincero, acho o Antônio José Lira muito corajoso por conseguir defender a atual gestão e eu já disse isso a ele. Um dos pontos que a gestão falha é no envio de matérias sem a documentação necessária, falta explicação técnica para que os parlamentares entendam o que está sendo proposto. Muita gente, por exemplo, está achando que o empréstimo com a Agência Francesa está sendo contraído agora, quando na verdade, foi autorizado em 2020. O líder do prefeito exerce o papel dela no legislativo. Ele conversa com situação e oposição, o problema é que muitas demandas apresentadas pelos vereadores não são atendidas pelo executivo.
DOUGLAS CORDEIRO - O projeto de empréstimo com a Agência Francesa vai ser votado na próxima terça-feira?
ISMAEL SILVA - USó pode haver sessão se ocorrer a segunda votação do empréstimo porque já foi declarada urgência simples na última sessão. Esse atraso na votação está atrapalhando outras matérias que precisam ser discutidas. Tem o projeto do REFIS, extremamente positivo, que já foi para pauta duas vezes e não foi votado. Isso vai sendo adiado gerando um prejuízo para a população.
DOUGLAS CORDEIRO - Sobre 2024, existe a possibilidade de concorrer à prefeitura de Teresina?
ISMAEL SILVA - Nosso foco hoje é nos problemas que acidade tem enfrentado. Tentar apresentar soluções para estes problemas. O caminho natural é a reeleição para vereador, mas não posso fechar portas e dizer que não poderei concorrer à prefeitura de Teresina. Eu não posso deixar de alçar outros voos, não por vaidade, mas porque a cidade precisa de um trabalho diferenciado, seja nas eleições de 2024 ou mais adiante. Se for o desejo da população que nós tenhamos outros espaços para ocupar, nós vamos nos preparar.
DOUGLAS CORDEIRO - Se o PSD não lançar candidato próprio, dependendo de quem o partido vai apoiar, o senhor pode trocar de sigla?
ISMAEL SILVA - Pode influenciar. O PSD, diferente de outras siglas partidárias, tem respeitado meus posicionamentos, mas dependendo da conjuntura de 2024, nós vamos avaliar qual caminho seguir. Nosso desejo é permanecer no PSD, mas vai depender do cenário do próximo ano.