PORTAL DOUGLAS CORDEIRO - Qual a realidade hoje da mineração no Piauí?
WILSON BRANDÃO - Estamos focados no setor de energias renováveis. Se no passado falávamos em um novo Piauí nos Cerrados, hoje falamos em um novo Piauí no semiárido, região de Simões, Queimada Nova, Curral Novo, São João do Piauí, entre outros municípios que estão com projetos de energia eólica e solar. Sem esquecer também do nosso litoral, em Ilha Grande. São mais de R$ 5 bilhões em empreendimentos no Piauí com geração de empregos na região.
Cerca de 90% dos empregos que surgem são para pessoas da próxima região, gerando renda e desenvolvimento. Em Queimada Nova, por exemplo, já existem hotéis e restaurantes que não tinham antes. É dinheiro circulando na região, nas mãos do povo piauiense. Nós éramos no passado, com inauguração da hidrelétrica de Boa Esperança, geradores de energia e sobrava energia. Depois, passamos a interligar o sistema e a comprar energia porque Boa Esperança já não supria o Piauí.
Hoje, o Piauí já exporta energia. Para se ter uma ideia, apenas uma empresa, a Nova Olinda, em Ribeira do Piauí gera energia solar mais que a hidrelétrica de Boa Esperança. Estive agora em Piripiri com representantes de uma empresa, onde fazem investimento de mais de R$ 1 bilhão em linhas de transmissão saindo de Teresina, Altos, Campo Maior, Piripiri e vai até Ibiapina no Ceará. Temos fundos internacionais, ingleses e holandeses, chineses, italianos ou seja, um grande número de empresas nacionais e internacionais investindo no Piauí. Isso é uma realidade. Imagine, em uma crise dessas, não tivéssemos essas empresas gerando emprego e renda. A perspectiva é termos pelo menos mais 10 a 15 anos de obras neste setor de energia solar e eólica. Estamos no caminho certo.
PORTAL DOUGLAS CORDEIRO - Então, pelo que o Senhor disse a tendência é todo o Estado se transformar em um canteiro de obras neste setor.
WILSON BRANDÃO - O Piauí, tem matéria prima em abundância que é o vento e o sol. Para se ter uma ideia os ventos em Queimada Nova são mais fortes que no litoral. Também tivemos sorte do Piauí, em sua configuração longilínea, ter cruzando no Estado linhões passando de norte a sul do Estado. Eles são pontos de conexão de transmissão.
Com isso, fazer geração de energia solar em Pedro II e ter linha de transmissão em Piripiri, pela distância se torna inviável. Mas, quando se faz em São João do Piauí, ao lado da subestação está conectando seu negócio diretamente à transmissão. Por isso esses pontos estão se destacando. Então, o Piauí está realmente em evidência. Na energia eólica somos o quinto produtor no Brasil, com perspectiva de chegar a terceiro e na energia solar já somos o terceiro maior produtor do país. Mas, em breve com as plantas que estão sendo trabalhadas, chegaremos em primeiro.
PORTAL DOUGLAS CORDEIRO - Então, são investimentos importantes. Mas, em que grau contribuem efetivamente para o desenvolvimento do Estado?
WILSON BRANDÃO - Esta é uma realidade da economia piauiense. São milhares de empregos gerados. Uma planta de energia solar gera em torno de 400 a 500 empregos na região.