PORTAL DOUGLAS CORDEIRO - O senhor foi candidato ao Governo pelo PSL. Hoje é do PROS, mas tem recebido vários convites como do PROGRESSISTAS e PSD. Qual seu futuro político?
FÁBIO SÉRVIO - Tivemos diálogo com PSD, mas não chegou a ser convite e recentemente do PROGRESSISTAS. A questão partidária no Brasil é muito complexa. Temos as nacionais, as regionais e locais com seus posicionamentos para cada eleição. Hoje se faz projeção para 2020 e um reflexo para 2022. Importante seria unificar as eleições. Iria baratear para os cofres públicos e teríamos menos dificuldades de posicionamentos. Mas, tivemos os convites e estamos analisando. Estou muito bem na minha casa hoje, onde fui muito bem recebido.
As forças políticas no Estado não representam o que cada partido é, uma força política. São aqueles mais votados. Temos, por exemplo, a força política do Governador Wellington Dias e abaixo dele uma série de siglas partidárias que fazem parte daquele grupo. Tem uma segunda força que é o grupo do Senador Ciro Nogueira. Basicamente hoje em termos de massificação essas duas correntes são as principais no Estado. A gente tinha alternativa partidária. O único partido político livre dessas forças políticas era o PROS.
Estreamos bem em 2018, onde tivemos uma votação que nos posicionou em quarto lugar para Governador do Estado. Eu tive 67 mil votos sem nunca ter participado da política, sem estrutura partidária nem recursos. Isso incomodou a classe política do Estado, gerando perseguição direta e indireta e que me afetou como empresário. Não é todo mundo que resistiria ao que resisti. Suportamos todas as pressões, coisa que a população nem imagina.
PORTAL DOUGLAS CORDEIRO - Mas, quais cargos o senhor disputaria pelo PSD ou PROGRESSISTAS?
FÁBIO SÉRVIO - Na verdade o PSD foi um diálogo de cortesia entre três políticos. No caso do PROGRESSISTAS um convite mais realista voltado não para 2020, mas 2022. Confesso que é difícil tomar uma decisão política neste momento porque afeta a família, afeta o nosso lado empresarial e nós temos compromisso com esses 67 mil votos. Temos que analisar o que as pessoas querem da gente e que condução querem que a gente tenha neste processo.
Em 2018 fiz convite a um político para participar em nossa chapa e ele meio que riu e disse que Bolsonaro não iria para lugar nenhum e eu teria uma votação pífia. A política está se tornando uma grande incógnita. A população está participando mais e compreendo mais esse processo. Foi desnudada a cortina que escondia a política. Se é melhor ou pior vamos saber mais na frente. O certo é que vivemos em um país diferente. A oito anos seria difícil imaginar que a população se auto convidaria para protestar contra o Congresso Nacional.
Qual ansiedade da população? Porque a população protesta contra o STF? O protesto é contra justiça e contra a política. Se tentar fazer política sem compreender isso estará em dissonância contra o que a população está querendo. Aqui no Piauí as coisas chegam depois, não só economicamente, na política também as mudanças são lentas. O que o PT representava no Brasil foi varrido. No Nordeste não chegou. Há uma perspectiva de que essa onda vai chegar agora e já estamos percebendo isso.
A gente não imaginava um Governador de mandato ser vaiado. Está virando rotina não apenas aqui, mas no Brasil todo. Um Deputado Federal ir a um restaurante e o cidadão se levantar e dizer que ele faz algo de errado. Tem também o limite do respeito as autoridades. Fiz em 2018 oposição ao Governador Wellington Dias, mas mantive o nível e o respeito que a população merece. Não vamos quebrar isso nunca.
PORTAL DOUGLAS CORDEIRO - Falando de 2020. A proposta de candidatura a vereador ou enfrentar a disputa a prefeitura de Teresina?
FÁBIO SÉRVIO - Confesso que gostaria muito de ter a oportunidade de colocar nosso ponto de vista e colocar em prática o que penso sobre a política no Piauí e em Teresina. Pré-candidatura a prefeito está mantida até uma decisão que mude isso. Quem sabe o primeiro passo não seja uma candidatura a vereador.