PORTA DOUGLAS CORDEIRO - Qual expectativa do senhor para resolver problemas de drenagem da capital?
FIRMINO FILHO - Nós temos um problema de drenagem. O que acontece: A construção de uma cidade desenvolvida tem várias etapas e uma das últimas é o sistema de drenagem. Porque são obras úteis apenas nesses períodos mais chuvosos e extremamente caras. Galerias custam milhões e milhões de reais e levam bastante tempo para serem construídas. Por isso, fizemos uma mudança na legislação e criamos uma Lei de Drenagem para que ao longo do tempo possamos adotar várias medidas com objetivo de diminuir essa necessidade de construção de grandes galerias. Então, esta Lei já está em vigor a quatro anos. Em relação ao passado, aos problemas já existentes, a cada ano estamos construindo galerias estruturais e, embora não na velocidade desejada, vamos enfrentando este desafio. Exemplo disso é a região norte. A 15 anos era essa a região mais sujeita a enchentes. Na década de 90, como prefeito, visitei a Nova Brasília com água no meu cinturão. Depois dos investimentos que fizemos no Lagoas do Norte a questão de drenagem foi bastante minimizada e agora as outras regiões é que aparecem com problemas estruturais.
PORTA DOUGLAS CORDEIRO - Mas, na região do Bairro São Cristóvão, na Zona Leste, parece que toda água do inverno passa por ali. O que se pode esperar para os próximos anos?
FIRMINO FILHO - No passado foram construídas casas no caminho das águas. Quando houve a impermeabilização com a urbanização da cidade na região o caminho das águas se tornou o que ele sempre foi, um rio caudaloso, tinha casas no meio do caminho. Então, hoje o que estamos fazendo é uma galeia que sai do Rio Poti, com 1.2 quilômetros. Já passou da João XXIII e está na Eustáquio Portela, a um quarteirão da Homero Castelo Branco. É uma galeria gigantesca com 4 metros de largura por 2 metros de altura, cabe um carro dentro. É uma galeria extremamente cara, vai custar mais de R$ 50 milhões. Além disso é uma obra difícil de ser feita porque tem várias interferências. Para se ter uma ideia estamos na terceira construtora a fazer esta galeria. A atual empreiteira está prestes a desistir da obra pelo tamanho. Tem muitos percalços, pode ter desabamento de algum muro ou casa. É uma obra de risco, onde muitas empreiteiras começam e não terminam a empreitada. Estamos preparados para fazer outra licitação. Fizemos agora licitação para a galeia do Torquato Neto, orçamento de R$ 73 milhões. Depois disso fica só dependendo da autorização do Ministério para que a gente possa dar continuidade. Temos dois projetos já feitos, o da galeria do São Pedro, que começa depois da Avenida Gil Martins e vai até o Rio Parnaíba, onde estamos com todo processo burocrático bastante avançado. Mas, é fundamental que tenhamos a postura de prevenir o aparecimento do desafio dessas galerias, temos que ter uma postura de preservar o caminho das águas para não colocar em risco a população.