PORTAL DOUGLAS CORDEIRO - Secretário, como anda o processo de recriação do Ministério da Segurança Pública?
FÁBIO ABREU - Essa reivindicação era o primeiro pleito do Conselho dos Secretários de Segurança Pública, a recriação do Ministério da Segurança Pública. No Governo Temer foi efetivado e estava sendo bem conduzido pelo Ministro Raul Jugmann. Estávamos no melhor período da segurança pública, inclusive com perspectivas. Infelizmente o Presidente Jair Bolsonaro nos surpreendeu com a extinção do Ministério, sendo fundido ao Ministério da Justiça.
Solicitamos mais recentemente retornar o Ministério. O argumento que estão usando é errado. Dizer que é para enfraquecer o Ministro Sérgio Moro. Não tem nada haver. Tanto que na última solicitação que fizemos consta que o controle da Polícia Federal e Rodoviária Federal fique a cargo do Ministério da Justiça. O que queremos que fique a cargo do Ministério da Segurança Pública são apenas as Secretarias estaduais e sistema penitenciário. A Solicitação é técnica, por entendermos que a segurança pública terá avanço muito melhor.
PORTAL DOUGLAS CORDEIRO - O Senhor acha que é possível?
FÁBIO ABREU - Sem dúvida. Conversei em Brasília com o Deputado Federal Capitão Augusto, Presidente da Comissão de Segurança Pública e da Frente Parlamentar de Segurança Pública, e ele tem essa conversa bastante avançada.
PORTAL DOUGLAS CORDEIRO - A população questiona sobre homicídios na capital e interior e dizem que não tem segurança. Mas, os dados oficiais mostram o contrário. Por que isso?
FÁBIO ABREU - Quando eu digo que a Educação de Teresina está no topo de um patamar é porque tem dados que chegam a esta conclusão. Dados que são apenas da própria Secretaria Municipal e do Ministério da Educação. Na segurança pública temos vários outros dados que são cruzados. O principal são os dados do nosso IML e temos da Saúde (hospitais). Ou seja, são várias informações que cruzamos para chegar a um único dado para repassar aos órgãos.
Vale lembrar que esses órgãos também coletam dados junto ao IML e Saúde, tanto que temos o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, temos o SINEP (do Ministério da Justiça). Várias fontes que são buscados os dados. Por isso podemos dizer que temos redução significativa desde 2015, a partir do momento que assumimos estamos reduzindo gradativamente. Agora, na medida que consigo reduzir esses índices é natural que a minha redução passe a ser a menor. Porque? Porque passamos a nos aproximar da realidade aceitável pelos órgãos de controle, como a ONU.
PORTAL DOUGLAS CORDEIRO - Então dizem que a redução foi mínima, mas é preciso observar isso ao longo deste tempo de coleta de dados?
FÁBIO ABREU - Exatamente. Se falar em dados reais vamos trabalhar do maior índice, que era em 2014, até o dia de hoje. Assim, chegamos a reduzir 45% a criminalidade no Estado. Quando falo em mês a mês ou ano a ano, então esta realidade tem que ser menor porque conseguimos manter nossa obrigação. A tendência é chegar em um patamar de estatística estabilizada e a partir daí trabalhar esta constância. Falo isso em relação aos crimes de maior violência, como homicídio.
Agora, consideramos a violência real e a violência imaginária, onde as pessoas são induzidas pela multiplicação da informação ou de algo pontual repetida como se acontecesse todos os dias. Esse é um fenômeno que tem acontecido em redes sociais. Mas, não estou negando que tenhamos que melhorar no aspecto do combate ao roubo e furto. Assumimos essa dificuldade, mas também assumimos que dentro do nosso planejamento temos ações que efetivamente vão ter reflexos nesse reclame das pessoas.