PORTAL DOUGLAS CORDEIRO - Baseado no orçamento que foi aprovado pela Câmara Municipal de Teresina, qual a previsão de investimento para esse ano de 2020?
FERNANDO SAID - A prefeitura de Teresina tem sempre um planejamento anual, independentemente de ser ano de disputa eleitoral. A administração tem o seu regramento próprio para manutenção dos seus serviços e para realização efetiva dos programas, projetos e obras que a cidade precisa. Tenha a certeza que esse ano não será diferente. Algumas pessoas me perguntam sobre a escolha do candidato apoiado pelo prefeito Firmino Filho, parece que esse assunto vive encrustado no seio das pessoas. Não é momento de tratar de política, mas fundamentalmente de administração.
Nós não temos como abdicar da realização do que a Prefeitura tem como esfera de competência. A prefeitura esse ano continuará realizando suas obras e além do que foi feito nos anos anteriores do atual mandato. E o por que? Porque no meio dessa crise, os anos de 2017 e 2018, foram difíceis para a cidade de Teresina assim como para todos os municípios brasileiros. Mas no nosso caso especificamente, somos um Estado com muitas deficiências sociais e econômicas, de muitas dificuldades, então tivemos que reestruturar a máquina, fazer muitos sacrifícios, cortar na carne, para passarmos incólumes por estes dois anos.
A partir de então, nos dedicamos a fazer o planejamento que a cidade precisa para se posicionar diante dos desafios do futuro. Por isso, os anos de 2019 e 2020 vão ser mais fecundos em realizações de obras efetivamente práticas. A prefeitura de Teresina hoje tem algo em torno de R$ 1 bilhão para investir este ano e nos próximos.
PORTAL DOUGLAS CORDEIRO - A mobilidade urbana continua sendo uma das principais prioridades do prefeito Firmino Filho para 2020?
FERNANDO SAID - Eu não diria que é do prefeito Firmino Filho mas da cidade de Teresina. Qual é o grande mérito do prefeito Firmino Filho? Nós sabemos que temos muitos problemas. Hoje o INTHEGRA, como é chamado o nosso sistema, já evoluiu bastante, tem uma melhor aceitação da população, mas ainda tem muitos problemas. Não é fácil você mudar tudo isso, mexer no cotidiano de vida das pessoas, mudar a estrutura urbana da cidade sem ter alguns problemas. Estamos melhorando devagar, com cuidado.
Hoje nós temos uma auditoria, a mesma que fez esse trabalho em Curitiba e outras cidades do mundo, fazendo um estudo em Teresina, para identificarmos as deficiências e tentarmos resolvê-las. Qual é o grande mérito? Nós tínhamos um problema, que era efetivamente, o maior problema de Teresina. Antes, tínhamos pouco mais de 135 mil veículos. Essa frota hoje quase que quintuplicou, é um algo absurdo. Se analisarmos o fluxo urbano, é algo que impressiona, então se não cuidarmos agora, no futuro, com um país melhor economicamente, a situação ficará incontrolável. Qual será a quantidade de carros nas ruas de Teresina? Como é que vamos andar?
PORTAL DOUGLAS CORDEIRO - Além do INTHEGRA, quais são as outras ações de mobilidade urbana?
FERNANDO SAID - O INTHEGRA não é voltado apenas para a sistemática de transporte coletivo é um reordenamento urbano. Esse ano, a prefeitura aprovou PEDOTE, plano diretor de ordenamento territorial urbano, que está dimensionando tudo isso. Então estamos caminhando em Teresina para o futuro, é preciso ter coragem e amor pela cidade. Para fazer isso não é simples, seria muito cômodo para o prefeito Firmino Filho não mexer nessa área que afeta, num primeiro momento, a vida das pessoas, para não sofrer desgaste político.
Seria cômodo deixar para o próximo prefeito. Mas não, quando você é eleito para um cargo é preciso ter o senso de responsabilidade do homem público, que tem que ver o problema e enfrentá-lo, não jogar debaixo do tapete. Esse é o grande mérito do prefeito Firmino Filho, no que se refere a mobilidade urbana e isso vai mudar o nosso meio social, a nossa condição de vida. Quase metade da população de Teresina, por isso temos que ter um olhar diferenciado, usa o transporte coletivo. Então, temos que fazer com que ele funcione cada vez melhor, buscando sempre outras alternativas de ordenamento para nossa cidade. Então eu na tenho a menor dúvida que o INTHEGRA, em um breve espaço de tempo, será reconhecido como uma das grandes obras já realizadas na cidade de Teresina.
PORTAL DOUGLAS CORDEIRO - Como está a situação da saúde em Teresina e a relação com o governo do Estado?
FERNANDO SAID - Saúde é algo que a gente tem que olhar com muito sentimento, porque mexe com a vida das pessoas no que se refere a condição de existência e de sobrevivência. Então é algo que interfere diretamente nas atitudes nos relacionamentos. Veja que em Teresina faz tempo que não se ouve falar em graves problemas de saúde pública.
Você tem alguns problemas pontuais de atendimento, de uma questão ou outra, mas você não vê grandes e graves problemas na saúde pública do município. Isto é mérito das gestões que nós temos tido a frente da prefeitura, especialmente do Prefeito Firmino Filho. Em Teresina temos 90 unidades básicas de saúde, além das unidades de pronto atendimento, além das maternidades, hospitais e do único Hospital de Urgência Municipal do país.
Quem está fazendo um agora, é o prefeito de Salvador. Então, é preciso que a gente tenha em mente o gral de dificuldade que a prefeitura de Teresina tem para manter a saúde pública no nível que nós temos. Hoje, a saúde pública da nossa capital acolhe praticamente toda a saúde pública do Piauí. Quando falamos isso, alguns setores do governo do Estado, imaginam que estamos fazendo crítica apenas para comparar, chamar atenção para o trabalho da Prefeitura de Teresina. Não é isso, porque como eu disse anteriormente, mexe com a existência e com o emocional das pessoas. Saúde é diferente de você querer consertar um buraco na sua rua, saúde não espera, uma questão de saúde não pode esperar.
Nós temos hoje no Piauí um descalabro no interior com a saúde pública e todos buscam a solução em Teresina. Não são apenas pacientes do Piauí mas de outros estados do país também são acolhidos aqui, pelo sentimento de humanidade es também pela obrigação que temos diante do Sistema Único de Saúde. Ninguém vai se negar a atender quem precisa, o médico não vai negar atendimento a um paciente que vem do Tocantins, do Acre ou do interior do Piauí.
Isso é um fato evidente, basta andar por Teresina que você vai ver uma enormidade de pensões. Meu pai mora, como sempre morou, na Rua Coelho de Resende. Ele deve ter três ou quatro vizinhos, todos saíram porque tudo agora é pensão acolher que vem do interior para se consultar em Teresina. Você anda em uma UPA, em qualquer hospital público de Teresina, de cada 10 pacientes, somente 3 são de Teresina, o resto. O governo do Estado deve aproximadamente R$ 36 milhões do cofinanciamento para saúde pública de Teresina.