Reportagem de Douglas Cordeiro
DOUGLAS CORDEIRO - Como o senhor avalia o julgamento dos envolvidos nos atos de vandalismo em Brasília? E sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro, sua análise do que aconteceu até agora.
CIRO NOGUEIRA - É um julgamento difícil. Foram jugadas setenta pessoas pelo pleno do Supremo Tribunal Federal pela depredação dos prédios públicos e julga o ex-presidente Jail Bolsonaro em uma turma. Não existe justificativa para isso. A turma é formada, na sua maioria, por pessoas ilibadas e sérias, mas muitos integrantes foram indicados pelo presidente Lula que quer a condenação de Bolsonaro. Passa uma imagem para a população que ele não vai ter um julgamento justo que é tudo que nós queremos. Caso seja provado que Bolsonaro é culpado tem que ser condenado, mas eu sei que ele é inocente. É impossível que o principal ministro do país não tivesse conhecimento de uma tentativa de golpe. Na história do Brasil e do mundo não existe uma tentativa de golpe com a pessoa fora do poder. Se le fosse dá um golpe era quando estava no poder. Se fosse para dá um golpe eu teria que está envolvido. Eu jamais aceitaria isso. Eu comandei a transição autorizado por ele. Isso é uma cortina de fumaça para encobrir os problemas do país. Nós perdemos muito tempo só discutindo isso. Por que o presidente Lula está desabando nas pesquisas? Porque é um homem que só governa olhando para trás e não dá mais esperança a população. Eu só quero que o restante do governo ocorra com normalidade e vire a página. Ninguém aguenta mais. O Brasil enfrenta problemas alimentares, a inflação é a maior da história recente, as facções criminosas tomaram conta do nosso país, probelas na saúde, na educação e nós preocupados com o 8 de janeiro. Isso me preocupa e me deixa muito triste.
DOUGLAS CORDEIRO - O senhor é cortejado para ser candidato a vice-presidente nas próximas eleições. Qual será a estratégia da direita para o pleito eleitoral de 2026?
CIRO NOGUEIRA - A população não vai aceitar que o ex-presidente Jair Bolsonaro não dispute a próxima eleição. Ele é o líder em todas as pesquisas e não permitir que ele concorra porque se reuniu com embaixadores? A ficha ainda não caiu para a população. Caso ele fique inelegível, qualquer candidato que ele apoiar vai ganhar a eleição.
DOUGLAS CORDEIRO - O presidente Lula já declarou que vai ser candidato à reeleição.
CIRO NOGUEIRA - O Lula que eu conheci, que veio para combater a fome e a miséria fez dois grandes mandatos. É um homem que eu admirava. O Lula tinha que vir a público hoje e reconhecer que o seu governo está completamente errado, que só veio para trazer o seu partido para os cargos públicos, pedir desculpas a população pelo escândalo do INSS e mudar o seu governo porque ainda dá tempo e não ficar insistindo no que é errado. A imagem que o Lula tem hoje é de antinquado, ultrapassado, que não tem mais capacidade de enfrentar os problemas do nosso país. Eu fico triste com isso porque eu gosto do presidente Lula, eu tenho respeito pela sua hstória, pelo que ele fez no passado. Quando o Luga ganhou a eleição, apesar de ser oposição, eu acreditava que ele uniria o país, mas o presidente passa o tempo todo olhando para o retrovisor.
É impossível que o principal ministro do país não ter conhecimento de uma tentativa de golpe. Na história do Brasil e do mundo não existe uma tentativa de golpe com a pessoa fora do poder. Se ele fosse dá um golpe era quando estava no poder. Se fosse para dá um golpe eu teria que está envolvido. Eu jamais ia aceitar isso .
DOUGLAS CORDEIRO - O senhor é candidato à reeleição para o Senado Federal, mas também é cotado para ser candiato à vice-presidente. Como o senhor está analisando essas possibilidades?
CIRO NOGUEIRA - Meu pai dizia que não adiantava você ter a árvore mais bonita do mundo se ela não tivesse a raiz bem fixada o vento derrubava. Minha base e minha paixão é o Piauí. Eu devo tudo ao povo do Piauí. Eu já tive convite para ser candidato em outros estados e ganharia com o apoio do presidente Bolsonaro, mas jamais vou deixar o Piauí. Caso fosse vice-presidente da República seria importante para o Piauí, mas isso só vai acontecer no próximo ano eu tenho que focar agora na minha reeleição.
DOUGLAS CORDEIRO - Como a oposição está articulando a formação da chapa para o ano que vem?
CIRO NOGUEIRA - Nós teremos uma eleição onde será escolhido o melhor para o Piauí. A maioria da população é formada de mulheres então chegou a hora de uma mulher governar o Piauí. Eu disse a Margarete Coelho que não adianta apenas apontar os problemas, precisamos apresentar soluções.
DOUGLAS CORDEIRO - E sobre a formação das chapas proporcionais?
CIRO NOGUEIRA - Muitas pessoas que podem ser candidatas pensam na grande quantidade de votos e no custo da campanha, mas tem muita gente que pode ser candidata, ter uma votação expressiva e fazer parte de um projeto para o Piauí. Por isso nós tivemos que tirar alguns nomes do nosso partido que estão no governo para montar uma chapa competitiva. O nosso objetivo é que uma pessoa com mais de 20 mil votos possa se elegar deputado estadual e com mais de 60 mil votos consiga uma vaga para deputado federal. Eu ouço muita gente falando mal de política, está na hora de disputar uma eleição ou mesmo sem concorrer, participar das discussões, da vida pública.
DOUGLAS CORDEIRO - A chapa de oposição vai ter um segundo candidato ao Senado Federal?
CIRO NOGUEIRA - Estamos pensando nessa possibilidade. Eu estou bem na frente dos outros candidatos na disputa. Eu estou testando um outro nome com o meu apoio e avaliando se a candidatura é viável. A próxima eleição está muito parecida com as eleições de Mão Santa e Wellington Dias.
DOUGLAS CORDEIRO - Como o senhor avalia esta eleição com dois votos para senador?
CIRO NOGUEIRA - Se fosse uma eleição de um voto eu teria um pouco mais de dificuldade. Os prefeitos sabem que não podem ficar sem meus recursos. Eu fui o único político que levou recursos para os 224 municípios do Piauí. Eu trabalho de segunda à sexta em Brasília começando 06h30 e entrando pela madrugada.
DOUGLAS CORDEIRO - O senhor ainda sonha em governar o Piauí?
CIRO NOGUEIRA - Eu espero um dia governar o Piauí. Seria um sonho encerrar minha vida pública governando o Piauí. Por isso que eu pedi para o Joel Rodrigues ser meu suplente, porque se eu for para algum ministério ou disputar o governo do Piauí, eu tenha a certeza que vai ficar alguém identificado com meu trabalho e com a população. As vezes me preocupo com a minha saída de Brasília e as prefeituras e os piauienses sejam afetados com a falta de recursos.
Eu espero um dia governar o Piauí. Seria um sonho encerrar minha vida pública governando o Piauí .
DOUGLAS CORDEIRO - Qual a importância do prefeito Sílvio Mendes na próxima eleição?
CIRO NOGUEIRA - Vai ser uma referência. As pessoas voltaram a sentir orgulho de ter um grande prefeito. O Dr. Pessoa era muito querido pela população mais foi uma tragédia como gestor. Eu tenho carinho por ele, mas foi um erro da população. O Sílvio está enfrentando muitos problemas, mas tenho certeza que a população tem consciência que fez uma grande escolha.
DOUGLAS CORDEIRO - E Parnaíba? A situação política no município é muito peculiar. Hoje existe um racha entre o prefeito e o ex-prefeito Mão Santa.
CIRO NOGUEIRA - Eu não vejo, pelo menos a curto prazo, possibilidade de reconciliação. Eu espero que o amor deles por Parnaíba possiblite uma reaproximação no futuro. Eu tive uma conversa muito boa com o prefeito em Brasília, já tinha conversado com ele na minha casa e disse que era importante deixar essas questões para trás e cuidar da cidade. Eu estive na campanha e ele prometeu realizar mais do que o Mão Santa. Portanto, nós não podemos, por conta desta disputa, atrapalhar e frustrar a população. Eu também conversei com a deputada Gracinha Mão Santa, ela disse que eu preciso continuar trabalhando pela cidade e mandando recursos.