Indústria piauiense registra crescimento no mês de novembro
Segundo presidente da FIEPI, Zé Filho, o aumento da produção industrial no final do ano já era esperado, pois é nesse período que aumenta o consumo
A Federação das Indústrias do Estado do Piauí (FIEPI) divulgou o resultado da pesquisa Sondagem Industrial realizada no mês de novembro com dados referentes ao mês de outubro em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Os resultados das indústrias extrativas e de transformação no mês de outubro de 2020 têm mostrado números mais otimistas que os registrados no mês de setembro.
Segundo presidente da FIEPI, Zé Filho, o aumento da produção industrial no final do ano já era esperado, pois é nesse período que aumenta o consumo.
“Apesar do ano de 2020 ter sido atípico por conda da pandemia do novo coronavírus é esperado neste final de ano um comportamento da indústria igual ao de anos anteriores, onde a indústria precisa aumentar a produção para atender as demandas sazonais”, explica Zé Filho.
O volume de produção das indústrias piauienses em relação ao mês anterior, no critério “estabilidade”, apresentou um percentual de 45%, índice superior aos 36,5% de setembro, chegando a ultrapassar o registrado na região Nordeste, que foi de 40,7% no mesmo período.
O nível de utilização da capacidade instalada em relação ao usual (UCI) neste mês foi 51,7% igual ao usual. Em setembro este percentual foi de 49,2%. No Nordeste o índice foi 52,3%, mostrando que a indústria local vem crescendo o nível de produção em índices próximos ao da região nordeste após a retomada das atividades.
O diretor de Assuntos Econômicos da FIEPI, Freitas Neto, explica que outro indicador importante para indústria é relativo ao número de empregados.
“Em relação à evolução do número de empregados, o indicador apontou um tímido aumento, de 12,7% em setembro para 15% em outubro, enquanto no Nordeste o aumento no número de empregados foi de 20%. Chama a atenção a queda no número de empregados que era de 17,5% em setembro, diminuindo significativamente para 6,7% neste mês de outubro. O melhor cenário se apresenta na estabilidade dos empregos, que passou de 66,7% em setembro para 78,3% em outubro, percentual superior ao do Nordeste que foi de 68,6%", pontua.
A estabilidade no número de empregados só apresentou índices semelhantes em outubro de 2019 (78,4%) e novembro de 2019 (78,2%), quando a indústria ainda não estava passando pelos efeitos da pandemia.
O estoque de produtos finais em relação ao planejado/desejado apresentou índice inferior ao do mês passado. Se em setembro, o percentual era 34,9% iguais ao planejado, em outubro foi de 28,3%. Este percentual se distancia do Nordeste, que apresentou 41,5%. É de se considerar que 38,3% das indústrias sondadas não operam com estoques de produtos finais. Outro fator que tem contribuído para esse percentual de 28,3% é a dificuldade das indústrias na obtenção da matéria-prima, situação que deve melhorar em 2021.
PERSPECTIVAS PARA OS PRÓXIMOS 6 MESES
As perspectivas para os próximos 6 meses são otimistas. Se a expectativa pela demanda por produtos é de 44,4% no Nordeste, o otimismo da indústria Estadual salta para 56,7%.
No caso do indicador de expectativa de aumento no número de empregados, esse índice passou de 14,3% (setembro) para 10% (outubro). Embora tenha havido uma redução na expectativa de novas contratações, este dado não é muito relevante se olharmos que o cenário atual de estabilidade no número de empregados para o mês de outubro atingiu um bom percentual (78,3%).
A perspectiva de aumento nas compras de matéria-prima para os próximos 6 meses no mês de outubro foi de 51,7%, superior ao mês de setembro que foi de 47,6%, patamares que continuam superior ao do Nordeste, que foi de 39% em outubro. Essa crescente expectativa de compras de matéria-prima reforça a dificuldade das indústrias piauienses em obter os insumos para produção/transformação dos seus produtos devido a escassez de oferta de insumos/matéria-prima ocasionada pela pandemia e pelas restrições impostas.
Para os próximos 6 meses a intenção de investimentos das indústrias pesquisadas ainda é tímida. Apenas 33,3% responderam “sim, provavelmente”, no mês de outubro, percentual inferior a setembro que foi de 36,5%. Isso reflete o receio do setor na intenção de investir num futuro próximo.
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