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Artigo não é delação. Joesley não precisa falar a verdade

Em meio a tantos questionamentos em relação aos benefícios conseguidos, agora o empresário tenta sensibilizar os brasileiros

23 de julho de 2017, às 23:22 | Douglas Cordeiro

Joesley Batista resolveu, de novo, abrir o bico. Dessa vez, através de um artigo onde revela alguns fatos em torno de sua delação a Procuradoria-Geral da República. Em meio a tantos questionamentos em relação aos benefícios conseguidos, agora o empresário tenta sensibilizar os brasileiros mostrando que é de “carne e osso”, tem sentimentos e que sua vida nunca mais foi a mesma depois que ele resolveu contar as falcatruas que levaram a empresa que ele comanda a se tornar a maior produtora de proteína animal do mundo.

Não precisa ter muita experiência para perceber que Joesley está sendo orientado por um profissional especialista em crise de imagem e que esse artigo foi cuidadosamente escrito por este profissional ou alguém de sua equipe já que o dono da JBS tem muito mais intimidade com cifras do que com letras.

Não estou aqui afirmando que ele e sua família não tenham passado por todas as situações constrangedoras narradas no texto divulgado pela Folha de São Paulo. É até possível que ele esteja mesmo arrependido e embora tenha contribuído para que a escancarar ainda mais as entranhas de um sistema político impregnado pela corrupção, não podemos esquecer que o próprio Joesley ajudou a criar esse quadro de caos político e administrativo vivido no Brasil atualmente.

Empresário Joesley Batista

VEJA OS PRINCIPAIS TRECHOS DO ARTIGO

"De uma hora para outra, passei de maior produtor de proteína animal do mundo, de presidente do maior grupo empresarial privado brasileiro, a 'notório falastrão', 'bandido confesso', 'sujeito bisonho' e tantas outras expressões desrespeitosas".


"Eles (os políticos) estão em modo de negação. Não os julgo. Sei o que é isso. Antes de me decidir pela colaboração premiada, eu também fazia o mesmo. Achava que estava convencendo os outros, mas na realidade enganava a mim mesmo, traía a minha história, não honrava o passado de trabalho da minha família".


"Nessa altura, porém, eu já havia sido transformado no inimigo público número um, e nada do que eu falasse mereceria crédito (...) Mentiram que eu estaria protegendo o ex-presidente Lula; mentiram que eu seria o responsável pelo vazamento do áudio para imprensa para ganhar milhões com especulações financeiras; mentiram que eu teria editado as gravações".


"Essa obrigação servirá para que nossas próximas gerações jamais se esqueçam dessa lição do que não fazer".


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