Depois de Joesley é a vez de Funaro. Temer resiste?

Desde a delação de Joesley Batista, dono da JBS, o governo Temer mergulhou em uma crise política que parece ter se tornado um caminho sem volta. A base de sustentação no Congresso Nacional está longe de ser a mesma de um ano atrás. É impossível hoje precisar quantos parlamentares Michel Temer pode efetivamente contar como fiéis a sua agenda de reformas.

A reforma trabalhista está cambaleando nas comissões. Para ser aprovada na Câmara e no Senado precisa apenas de maioria simples mas é motivo de preocupação entre os governistas. E a reforma da previdência? Essa está causando pesadelo. Precisa de maioria qualificada, ou seja, dois terços dos votos nas duas casas. Um cenário que está cada vez mais difícil.

Michel Temer enfrenta ainda um Procurador-Geral da República implacável nas denúncias contra ele, uma oposição que cresce a cada dia e a provável delação de Lúcio Funaro, que já contratou um advogado especialista em colaboração premiada, promete revelar fatos que vão desestabilizar ainda mais o atual governo. Os aliados vão, aos poucos, saindo de cena e já é difícil encontrar alguém para defender o presidente.

A economia não decola e os raríssimos indicadores positivos apresentados pela equipe econômica não passam de espasmos de um país que vê cada vez mais distante a sólida recuperação da geração de emprego e o aumento dos investimentos no setor produtivo.

Com tantos fatos a serem revelados parece que a Lava Jato está cada vez mais longe do fim. Esta “novela”, que paralisou o Brasil, ainda tem muitos personagens para entrarem em cena e revelações de tirarem o fôlego, mandatos e mandar muita gente para a cadeia.