Polícia

Polícia Civil deflagra operação e prende falsos veterinários que atuavam em Teresina

A delegada que coordena o caso deparou-se com castrações realizadas em ambientes insalubres e total ausência de protocolos básicos


Na manhã desta segunda-feira (12/05), agentes da Delegacia de Proteção do Meio Ambiente transformaram endereços comuns de Teresina em cenários de tensão: ali, se escondia uma rede de falsos veterinários. A operação policial batizada de "Falso Vet" tinha como meta capturar cinco suspeitos acusados de realizarem cirurgias clandestinas em animais – até o momento, três dos principais investigados foram detidos.

O trabalho dos investigadores revelou detalhes chocantes: os procedimentos eram feitos dentro das próprias residências dos suspeitos, sem qualquer autorização do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Piauí. Ao longo das apurações, a delegada que coordena o caso, Adília Klein, se deparou com castrações realizadas em ambientes insalubres e total ausência de protocolos básicos.

A tática dos acusados expunha os animais a um sofrimento extremo. Eles usavam relaxantes musculares, não anestesia, apenas para imobilizar, deixando a dor latejante durante as cirurgias, que aconteciam sobre superfícies improvisadas como telhas e pisos domésticos. Ferramentas sem esterilização e utensílios inadequados completavam o retrato do perigo.

“Essas pessoas se passavam por profissionais habilitados e promoviam mutilações em condições degradantes”, aponta a delegada, ressaltando que muitos animais não resistiam aos traumas e infecções e morriam dias após os procedimentos.

Com base em depoimentos de testemunhas, análise de documentos e vídeos reunidos durante a investigação, a Polícia Civil concluiu que o grupo operava há meses, acumulando indícios de maus-tratos com agravantes de tortura animal. O caso acende um alerta não só para as autoridades, mas para toda a comunidade, sobre os riscos de confiar o cuidado de animais a pessoas sem formação adequada.

Delegada Adília Klein / FOTO: Portal GP1

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