"Eu preciso de apoio, tenho medo de morrer", diz estudante agredida em Teresina

A entrevista foi concedida a jornalista Edna Maciel, do Jornal O Dia News, da O Dia TV.

A estudante de Direito, Victoria Aparecida Soares Batista, de 23 anos, incialmente, contou como começou o relacionamento.

“Ele é amigo do meu primo. Conheci ele através do meu primo. Eu cheguei com minha tia e o meu avô para buscar o meu primo e acabei conhecendo-o. Neste dia, não falei com ele. Depois nós fomos a um restaurante e ele pediu ao meu primo que eu fosse apresentada a ele”, disse a estudante.

A estudante questionou a forma como o empresário foi preso.

“Ele não foi preso como todo mundo é preso. Por que ele não foi preso, com algemas em um camburão? Por que ele estava andando em uma farmácia? Por que ele tem essa confiança? Ele foi banco, sem algemas, isso é um passeio ou uma prisão? Será que era uma conversa “de boa” com os “amiguinhos” do papai? Por que ele não foi preso como todo mundo que não tem pai influente é preso? Basta postar dois vídeos, como uma pessoa comum é presa e como ele foi preso”, contou a vítima.

Victoria contou as agressões sofridas e que era monitorada pelo ex-namorado.

“Eu já fui machucada outras vezes. Já fiquei com lesões pelo corpo. Já recebi ameaças outras vezes. Ele sempre foi ciumento e falou Que tinha uma sensação de posse sobre mim, que me amava tanto que tinha ciúmes. Eu não conseguia vê isso como algo doentio, ameaçador e que correria risco de morte. Eu só consegui enxergar como uma pessoa que me amava muito. Eu registrei boletins de ocorrência das duas últimas vezes, das anteriores, não. Ele já me perseguiu no meu local de trabalho. Meu celular tinha um localizador que foi ideia dele”, revelou Victoria Aparecida.

Ela disse que não revelou para a família as agressões ocorridas no relacionamento.

“De início, eu não imaginava o que estava realmente acontecendo. Eu estava romantizando tudo, iludida e apaixonada. Depois que tudo isso aconteceu eu sinto vergonha. Quando estava ensanguentada e com muito medo, eu tive vergonha”, falou.

Victoria Aparecida, revelou que está com medo de morrer e citou o fato de o acusado possuir segurança.

"Sabe por que eu tive coragem? Porque eu sabia que se não postasse, não teria visibilidade e eu ia entrar para as estatísticas. E ainda posso entrar, eu não estou segura, eu não tenho segurança, minha família não tem segurança. Eu não fiz nada de errado. Eu espero que esta prisão dure, que a justiça seja feita, que eu tenha o apoio do poder público, eu preciso de apoio, eu imploro por ajuda. Eu não estou segura nem com ele preso. A cara dele está exposta, todo mundo está sabendo”, afirmou a estudante.

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Victoria Aparecida Soares Batista / FOTO: Portal O DIA