Em um 2º turno entre Bolsonaro e Haddad, quem leva vantagem?
O IBOPE também apresentou os números sobre a capacidade de transferência de votos em um segundo turno
Indiscutivelmente, o destaque da nova pesquisa do IBOPE para presidência da República é o candidato do PT, Fernando Haddad. Ele tinha 8% na pesquisa divulgada no dia 11 de setembro e uma semana depois chegou a 19%. O apoio do ex-presidente Lula tem sido fundamental para esse desempenho.
Mas esta eleição, quando olhamos para as disputas anteriores, foge completamente da máxima de que o eleitor brasileiro tem o perfil de centro. Em 2018 podemos afirmar, sem medo de errar, que será o voto dos extremos. Jair Bolsonaro (PSL) aparece com 28% e Fernando Haddad (PT) tem 19%. Ciro Gomes (PDT) aparece com 11% e com uma tendência de estagnação.
As pesquisas indicam que Bolsonaro é presença praticamente garantida no segundo turno das eleições e a próxima pesquisa é decisiva para saber quem deve ser seu adversário. Caso Haddad continue subindo e Ciro patinando entre 11% e 12%, o quadro estará praticamente definido. Teremos Bolsonaro e Haddad disputando a cadeira de presidente do Brasil.
A rejeição também foi pesquisada. Bolsonaro lidera com 42% e Haddad tem 29%. Embora o candidato do PT tenha aumentado sua taxa de rejeição em 6% ainda está bem abaixo do líder nas pesquisas. A diferença é de 13%. Este quesito também é importante ser observado nas próximas pesquisas.
O IBOPE também apresentou números sobre a capacidade de transferência de votos em um segundo turno. No cenário mais provável, no momento, entre Bolsonaro e Haddad, os dois teriam 40% dos votos, ou seja, numericamente empatados. Só que Haddad leva vantagem porque recebe mais votos dos principais candidatos. Cerca de 63% dos eleitores de Ciro Gomes votariam em Haddad no 2º turno e 23% em Bolsonaro. 48% dos votos de Alckmin seriam transferidos para o petista e 33% para o candidato do PSL. Já 59% dos votos de Marina Silva iriam para Haddad e 33% para Bolsonaro. Na soma dos outros candidatos, o cenário é mais equilibrado, 43% dos votos migrariam para Fernando Haddad e 40% para Jair Bolsonaro.
Nesta fase da campanha é importante observar a estratégia dos candidatos, principalmente em relação aos ataques a adversários para sabermos até que ponto os números serão alterados na próxima pesquisa. Os candidatos mais atuantes, nesse caso, são Ciro Gomes e Geraldo Alckmin. Os dois têm atacado tanto Bolsonaro quanto Haddad, sendo que o candidato tucano tem sido mais crítico com Bolsonaro. Vamos esperar os próximos números.
FICHA TÉCNICA
O IBOPE entrevistou 2.506 eleitores em 177 municípios em todo o Brasil, entre os dias 16 e 18 de setembro. A margem de erro é 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e pelo jornal "O Estado de S.Paulo" e está registrada no TSE com o número BR-09678/2018.
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