Política

Roda Viva: Governador Rafael Fonteles falou sobre política, avanços e desafios do Piauí

Com desenvoltura técnica e articulação política afiada, Fonteles deixou claro que o PT já se prepara para uma nova batalha polarizada


Em entrevista explosiva ao programa Roda Viva da TV Cultura nesta segunda-feira (29/04), o governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste, Rafael Fonteles (PT), abriu o jogo sobre os planos de poder que já estão em curso para 2026, revelando detalhes da estratégia petista que mistura pragmatismo político com defesa intransigente do legado lulista.

Com desenvoltura técnica e articulação política afiada, Fonteles deixou claro que o PT já se prepara para uma nova batalha polarizada, mesmo com Bolsonaro inelegível. 

"O principal adversário de Lula será totalmente identificado com o ex-presidente Bolsonaro", afirmou categoricamente, sinalizando que a estratégia eleitoral já está sendo desenhada nos bastidores do poder.

O governador piauiense não hesitou em defender a necessidade de alianças com setores do centro e até da centro-direita para garantir não apenas a vitória, mas a governabilidade futura. 

"Precisamos construir uma frente ampla liderada pelo presidente Lula", declarou, revelando o pragmatismo que tem marcado sua gestão e o posicionamento dentro do partido.

EQUILÍBRIO FISCAL SEM ABRIR MÃO DO SOCIAL

Demonstrando domínio técnico sobre economia, Fonteles surpreendeu ao defender o equilíbrio das contas públicas sem abandonar investimentos sociais - uma posição que tem gerado tensões dentro do próprio PT. Para o governador, é possível desengessar o orçamento público e fortalecer a arrecadação sem sacrificar programas essenciais.

"A condução econômica do ministro Fernando Haddad está no caminho certo", avaliou, apontando indicadores de crescimento e queda do desemprego como provas da efetividade da estratégia atual. 

O posicionamento revela a sintonia com a ala mais moderada do governo Lula, que tem enfrentado críticas da esquerda tradicional.

No campo social, Fonteles apresentou sua visão sobre como superar a dependência de programas como o Bolsa Família.

"A principal política de transição é a educação técnica de qualidade e o acesso ao mercado de trabalho", afirmou o governador. 

Rafael Fonteles destacou que o Piauí já alcançou 100% das escolas estaduais de ensino médio com tempo integral e ensino técnico, liderando o país nesse indicador.

A NOVA FRONTEIRA ECONÔMICA: PIAUÍ NA VANGUARDA DA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA

Um dos momentos mais reveladores da entrevista foi quando Fonteles expôs o protagonismo do Piauí na revolução energética brasileira. O estado, tradicionalmente entre os mais pobres da federação, agora lidera projetos ambiciosos em energia renovável e hidrogênio verde, posicionando-se como peça-chave na transição energética nacional.

"Estamos atraindo investimentos verdes sem abrir mão da exploração sustentável de recursos minerais", explicou o governador, que também defendeu a exploração da Margem Equatorial com rigor ambiental - tema que tem gerado polêmicas entre ambientalistas e desenvolvimentistas dentro do governo federal.

A BATALHA PELO ELEITORADO EVENGÉLICO E A ESTRATÉGIA PARA 2026

Fonteles não fugiu do espinhoso tema que tem tirado o sono de estrategistas petistas: a perda de apoio entre evangélicos. Com pragmatismo, defendeu uma abordagem dupla que combine o reforço de valores cristãos no discurso de Lula com a melhoria concreta das condições econômicas para a população mais pobre.

"O Nordeste será o pilar de sustentação do governo Lula em 2026", garantiu, revelando que todos os nove estados da região terão palanques robustos para a reeleição. Contudo, rejeitou qualquer divisão regional: "Lula venceu em cidades estratégicas de São Paulo e Minas Gerais em 2022, e precisamos ampliar essa base", destacou.

No plano partidário, confirmou apoio a Edinho Silva para a presidência nacional do PT, seguindo orientação direta de Lula, e defendeu que o partido priorize a formação de palanques fortes nas eleições municipais e estaduais para fortalecer o projeto nacional - sinalizando que as disputas locais de 2024 já estão sendo pensadas como preparação para o embate presidencial.

A entrevista consolidou a imagem de Rafael Fonteles como uma das principais vozes da nova geração petista - mais técnica, pragmática e disposta a dialogar com diferentes setores econômicos e sociais, sem abandonar as bandeiras históricas do partido.

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