Municípios

Teresina conquista posição de destaque entre capitais nordestinas em qualidade de vida

Capital piauiense supera expectativas e se firma como segundo melhor lugar para se viver na região nordeste

sábado, 31 de maio de 2025
Paulo Souza

Em um cenário onde a qualidade de vida urbana ganha cada vez mais relevância, Teresina emerge como um caso de sucesso regional, alcançando a segunda posição entre as capitais nordestinas com melhor qualidade de vida, ficando atrás apenas de João Pessoa (PB). A revelação vem do recente estudo divulgado pelo Instituto Imazon, que posicionou a capital piauiense na 13ª colocação no ranking nacional que avalia as melhores capitais brasileiras para se viver.

O levantamento, que aplicou o Índice de Progresso Social (IPS) como metodologia de análise, examinou minuciosamente os 5.570 municípios brasileiros, revelando um contraste interessante: enquanto a capital piauiense se destaca positivamente, o estado do Piauí como um todo enfrenta desafios significativos, ocupando apenas a 17ª posição no ranking estadual de IPS.

NORDESTE: LUZES E SOMBRAS NO DESENVOLVIMENTO SOCIAL

A região Nordeste apresentou resultados mistos na avaliação. Os pontos fortes identificados pelo estudo concentraram-se nos quesitos Moradia e Inclusão Social, áreas onde a região demonstrou desempenho satisfatório.

Em contrapartida, o estudo apontou fragilidades significativas em aspectos cruciais para o desenvolvimento humano pleno: Segurança Pessoal, Acesso à Informação, Saúde e Bem-estar, e Acesso à Educação Superior. Estes indicadores negativos sinalizam desafios persistentes que ainda precisam ser enfrentados pelas políticas públicas regionais.

ENTENDENDO A METODOLOGIA: COMO O ÍNDICE FOI CONSTRUÍDO

O Índice de Progresso Social utilizado pelo Imazon baseia-se em uma estrutura robusta composta por 57 indicadores, organizados em três dimensões fundamentais:

- Necessidades Humanas Básicas: avalia se os cidadãos têm acesso adequado a alimentação, serviços de saúde, moradia digna e segurança pública.

- Fundamentos do Bem-Estar: examina o acesso à educação fundamental, condições para uma vida saudável e contato com a natureza.

- Oportunidades: analisa aspectos relacionados aos direitos individuais e acesso ao ensino superior.

A metodologia cruza estes indicadores para gerar uma classificação que reflete, de forma abrangente, a qualidade de vida oferecida em cada município brasileiro.

O PANORAMA NACIONAL: CURITIBA LIDERA, ENQUANTO CAPITAIS DO NORTE ENFRENTAM DESAFIOS

No cenário nacional, Curitiba (PR) conquistou o topo do ranking com 69,89 pontos, seguida por Campo Grande (MS) com 69,63 e Brasília (DF) com 69,04. São Paulo (SP) aparece na quarta posição com 68,88 pontos.

Teresina, com seus 65,76 pontos, posiciona-se à frente de capitais como Aracaju (SE), Natal (RN), Vitória (ES) e Fortaleza (CE). As capitais com os menores índices concentram-se nas regiões Norte e Nordeste, com Porto Velho (RO) ocupando a última posição (57,25 pontos).

O DESAFIO DO DESENVOLVIMENTO EQUILIBRADO

Os resultados do estudo do Imazon evidenciam não apenas os avanços conquistados por capitais como Teresina, mas também os desafios persistentes para alcançar um desenvolvimento mais equilibrado entre capitais e interiores, especialmente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.

O contraste entre o desempenho da capital piauiense e a situação do estado como um todo sinaliza a necessidade de políticas públicas que possam estender os benefícios do desenvolvimento urbano para além dos limites das capitais, promovendo um progresso social mais inclusivo e abrangente.

RANKING COMPLETO DAS CAPITAIS BRASILEIRAS

- Curitiba (PR) - 69,89

- Campo Grande (MS) - 69,63

- Brasília (DF) - 69,04

- São Paulo (SP) - 68,88

- Belo Horizonte (MG) - 68,22

- Goiânia (GO) - 68,21

- Palmas (TO) - 68,18

- Florianópolis (SC) - 67,91

- João Pessoa (PB) - 67,00

- Cuiabá (MT) - 66,73

- Rio de Janeiro (RJ) - 66,13

- Porto Alegre (RS) - 66,10