MP solicita abertura de inquérito para investigar quem entregou celular a Tatiana Medeiros

Promotor classifica como "absurdo" aparelhos encontrados da parlamentar e cobra explicações da Polícia Militar

Dispositivos eletrônicos foram descobertos na cela onde a vereadora Tatiana Medeiros (PSB) cumpre prisão preventiva. O caso provocou reação imediata do Ministério Público Militar, que exige respostas sobre como tais objetos burlaram a vigilância policial.

O promotor Assuero Stevenson Pereira Oliveira não economizou palavras ao solicitar formalmente a abertura de um Inquérito Policial Militar (IPM) ao comandante geral da Polícia Militar do Piauí, coronel Scheiwann Lopes. A investigação deverá esclarecer como um tablet e um celular foram introduzidos na Sala de Estado Maior onde a parlamentar está detida desde 3 de abril de 2025.

"Isso é completamente inaceitável. Solicitei ao comando geral a abertura imediata de IPM para identificar os responsáveis pela entrada desses dispositivos na unidade. Aguardaremos a conclusão das investigações para oferecer denúncia contra quem permitiu essa violação flagrante", declarou o promotor, visivelmente indignado com a falha de segurança.


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A situação ganha contornos ainda mais graves considerando que Tatiana Medeiros foi detida no âmbito da Operação Escudo Eleitoral, uma ação que investiga possíveis crimes eleitorais. Segundo informações preliminares, a própria vereadora admitiu ter recebido o telefone celular de seu advogado, o que levanta questões éticas e legais sobre a conduta da defesa.

O episódio expõe fragilidades no sistema de segurança do Quartel do Comando Geral da PM piauiense, justamente em uma área destinada à custódia de presos com prerrogativas especiais. A Sala de Estado Maior, onde Medeiros está detida, deveria contar com protocolos rigorosos de revista e monitoramento, o que aparentemente não ocorreu.

O Comando da Polícia Militar ainda não se manifestou oficialmente sobre o pedido de abertura de inquérito, mas fontes internas indicam que uma sindicância preliminar já estaria em andamento para apurar responsabilidades administrativas, paralelamente à investigação criminal solicitada pelo MP Militar.

A defesa da vereadora Tatiana Medeiros também permanece em silêncio sobre as acusações de ter facilitado a entrada dos aparelhos eletrônicos na cela. Caso confirmada a participação de advogados no episódio, o caso poderá ser encaminhado à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para apuração de possíveis infrações éticas.

Vereadora Tatiana Medeiros / FOTO: Câmara Municipal