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Brumadinho: Brasil é bom em punir mas não investe em prevenção

O Chile, maior produtor de cobre do mundo, proibiu o uso desse tipo de contenção de rejeitos desde as décadas de 1960 e 1970 quando fortes terremotos atingiram o país

30 de janeiro de 2019, às 09:30 | EDITORIA DE POLÍTICA

Desde a última sexta-feira que a imprensa brasileira tem dedicado praticamente todo o seu espaço a tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais. Passada a primeira etapa, entender a dimensão do desastre, é a vez de aprofundar nas causas, consequências e diversos detalhes que cercam mais esse capítulo negro da história da mineração no Brasil.

Mais uma vez, fica claro que o poder público não existe para fiscalizar e só aparece depois que a incompetência se transforma em destruição, mortes, dor e sofrimento.

Após o rompimento da barragem da Vale do Rio Doce, o que se viu foi um desfile de autoridades dos três poderes adotando medidas como bloqueio de bens da empresa, prisão de executivos, promessa de endurecimento na fiscalização e outras medidas que indiscutivelmente, são necessárias em um desastre ambiental dessa magnitude mas que poderiam não ser necessárias se todos tivessem cumprido seus papéis em exigir que a nossa legislação ambiental fosse cumprida, principalmente exigindo de pequenas, médias e grande empresas, que atuam nesse setor, cobrando licenças, vistorias e autorizações necessárias para um funcionamento seguro, sem danos ao meio ambiente e garantindo a vida de quem trabalha no setor.

Só para começar, esse modelo, barragem com rejeitos de minérios, é ultrapassado mas continua sendo usado porque é mais barato. Dane-se o perigo, a probabilidade de rompimento, os danos a fauna e flora, as vidas perdidas, a lucratividade é o objetivo.

Representantes do Governo Federal disseram que vão começar a fiscalizar as barragens no Brasil inteiro e que a Agência Nacional de Mineração ainda não tem um plano elaborado mas que existem recursos suficientes. É perceptível que não existe um norte a ser seguido. Caso houvesse, não estaríamos vivendo essa catástrofe.

A Vale, depois de Mariana e agora em Brumadinho, anunciou que vai desativar todas as barragens que utilizam este método. Quantas pessoas precisaram morrer para chegarem a esta constatação.

O Chile, maior produtor de cobre do mundo, proibiu o uso desse tipo de contenção de rejeitos desde as décadas de 1960 e 1970 quando fortes terremotos atingiram o país.

Vamos esperar a poeirar baixar, torcer para que a vida daqueles que foram atingidos pelo descaso público e privado possam voltar ao mínimo de normalidade para saber se agora alguma medida concreta será tomada ou se tudo continua como está, na lama.

Resgate das vítimas de Brumadinho / Foto: G1

MINERAÇÃO DO PIAUÍ

O executivo Marcelo Prado concedeu entrevista a Globo News falando do projeto da SRN Mineração. A empresa está explorando minério de ferro em São Raimundo Nonato usando a tecnologia de separação magnética a seco, ou seja, sem risco de acontecer no Piauí o que ocorreu em Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais.

NOSSAS BARRAGENS

O presidente do IDEPI (Instituto de Desenvolvimento do Piauí) garantiu que as onze barragens de responsabilidade do governo do Estado são monitoradas regularmente. Geraldo Margela informou que o processo de licitação para a contratação da empresa que fará a obra em Campo Maior e José de Freitas está sendo finalizada.

CUIDADO COM A BUROCRACIA

É bom que essa licitação seja concluída logo. A Barragem do Bezerro, em José de Freitas, quase rompeu e a Barragem do Emparedado, em Campo Maior, precisa de reparos. É bom acelerar o processo.

EXPECTATIVA FRUSTRADA

Na coletiva da Força-Tarefa do Ministério Público Federal responsável pela Operação Topique, era flagrante a ansiedade de alguns jornalistas pela divulgação dos nomes dos indiciados. Conversa vai, conversa vem e a tristeza tomava conta daqueles que mais pareciam estudantes ouvindo a divulgação dos nomes dos aprovados no vestibular.

E AGORA?

Bom, só resta especular, montar manchetes com segundas intenções e alimentar a falsa esperança de que um dia, um dia…

ELEIÇÃO NA ASSEMBLEIA E O PT

Os parlamentares continuam divididos. Só que a chapa esquentou tanto durante as discussões que um petista histórico, que não concordava com a forma como os debates estavam acontecendo, ameaçou até sair do partido.


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