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"Janela Partidária" permite a prática da infidelidade eleitoral

Trocando em miúdos, é como se durante um mês a figura da infidelidade partidária deixasse de existir e o que antes era passivo de punição agora é legal, moral, permitido

03 de março de 2020, às 10:00 | EDITORIA DE POLÍTICA

Esta semana começa a “janela partidária” e qualquer vereador pode mudar de partido para concorrer nas próximas eleições. Fora desse período, se não houver permissão do judiciário, o parlamentar que deixar sua sigla perde o mandato. A legislação diz que essa atitude significa infidelidade partidária.

Só que essa “permissão”, dada pela Justiça Eleitoral, é no mínimo contraditória. Trocando em miúdos, é como se durante um mês a figura da infidelidade partidária deixasse de existir e o que antes era passivo de punição agora é legal, moral, permitido.

Mas a nossa legislação eleitoral é um verdadeiro samba do crioulo doido. A eleição deste ano, classificada como experiência de laboratório, inverteu a ordem, o curso natural de uma eleição. Antes, quem tinha muito voto era cortejado, disputado a tapa, hoje, tornou-se o vilão supremo de qualquer partido. As comissões de ética dos partidos nos municípios nunca foram tão acionadas quanto agora. Os campeões de votos estão, muitas vezes por motivos banais ou até inexistentes, são expulsos e obrigados a mendigar vaga em outras siglas. O Congresso Nacional está confortavelmente observando para saber o resultado. Funcionou? Fica para 2022. Foi um desastre? Mudam-se as regras. Simples assim.

Mas todas essas barbaridades são permitidas em nome do fortalecimento dos partidos. Quem acreditar nisso, deve acreditar também em Papai Noel, Saci Pererê ou Mula Sem Cabeça.

Pau que dá em Xico também dá em Francisco. Boa ou ruim, o Brasil precisa de uma legislação que valha para todas as eleições e não sofra alteração ao sabor dos acontecimentos, ou melhor, dos interesses.

Se o mau exemplo vem de quem deveria colocar ordem no caos, tudo o mais é permitido. É um jogo de faz de conta. Dinheiro público a rodo para fazer campanha política, legislação que muda a cada eleição e a corrupção que rola solta durante o processo eleitoral. O tempo passa, o tempo voa e a nossos políticos continuam numa boa.  

Justiça Eleitoral, é no mínimo contraditória


PASSANDO A RÉGUA

O CAPITÃO E O MAJOR

A mudança repentina do vereador Major Paulo Roberto, até então candidatíssimo a reeleição, não causou surpresa nos bastidores políticos. Desgastado e com algumas bases comprometidas o parlamentar enfrentaria uma chapa complicada no PSDB, a saída, apoiar o médico Leonardo Eulálio e coordenar a campanha de Fábio Abreu. Sem trabalho de base nem projeto social pela cidade Eulálio terá o major como “Ponta de Lança” na cidade. O Paulo Roberto fará as honras para o doutor nas comunidades carentes da cidade.

DOUTOR SOLITÁRIO?

Caso eleito Leonardo Eulálio poderá se tornar o único médico na Câmara Municipal de Teresina. Hoje dois “doutores” ocupam cadeira no legislativo, porém tanto Dr. Lázaro como Luiz Lobão enfrentam dificuldades para encontrar um partido para a reeleição. Lázaro por exemplo já cogita ser candidato a prefeito, e Lobão, caso seja expulso, disputará com Graça Amorim e Aluísio Sampaio uma cadeira pelo PP.

O GATO SUBIU NO TELHADO

A declaração do prefeito Firmino Filho, dada na última quinta, deixou aliados de cabelo em pé. O gestor deu uma espécie de ultimato aos partidos que de dia posam ao seu lado e de noite paqueram a oposição em Teresina. O prefeito afirmou que não irá buscar construir um blocão ao seu lado, quem não quiser fazer campanha com o PSDB que vá para o Raio que o parta.

TITANIC PIAUIENSE

O prefeito ao afirmar que não irá formar um “Titanic”, lembrando o barco que afundou Oceano Atlântico em um dos maiores desastres da humanidade, deixa claro que quem estiver só fazendo peso na base governista vai ser dispensado. A fala de Firmino trouxe a memória da redação do Douglas Cordeiro a icônica barca do sal. Um projeto faraônico de Alberto Silva que se tornou um dos maiores desastres econômicos da história Piauí. Titanic tucano, ou barca do sal emedebista, a campanha deste ano não será para marinheiro de primeira viagem.

E AGORA, SENADOR?

Está nas mãos do senador Marcelo Castro (MDB-PI) o futuro do vereador de Teresina, Luís Lobão. Esta semana ele garantiu ao parlamentar que vai costurar o fim desse impasse que pode resultar na expulsão de Lobão.

FUTURO EM JOGO

Nos bastidores, comenta-se que esta é prova de fogo para senador piauiense. Dizem alguns integrantes do partido que caso ele não consiga manter o vereador no partido seria uma demonstração de fraqueza o que teria reflexos na sua intenção de concorrer ao governo do Estado em 2022.


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