Será mesmo necessário realizar uma eleição em plena pandemia?
Se a eleição for responsável pela contaminação de uma pessoa, o que é perfeitamente possível acontecer, já seria suficiente para não valer a pena
PASSANDO A RÉGUA
Não se pode negar que o ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, tem efetivamente, notável saber jurídico. É um constitucionalista mas que busca ampliar sua visão bebendo em outras fontes como a história, ciência e economia.
Para o bem ou para o mal, dependendo do espectro político-ideológico de quem analisa, ele deu uma sacudida na Suprema Corte. Aliás, já tinha feito isso, quando advogado, em admiráveis sustentações orais na defesa de teses polêmicas que muitos advogados tremem só de pensar em ser a favor ou contra.
Mas deixando de lado as qualidades e os defeitos, a insistência em manter a realização das eleições este ano é um posicionamento conservador que não combina com suas atuações, posicionamentos e decisões que vimos até agora. Vivemos uma pandemia, em um país de dimensões continentais, com realidades distintas, onde o vírus segue essas diferenças, ainda ganhando força em algumas regiões e perdendo em outras. Podemos dizer que o pior já passou? Hoje, sim. Mas amanhã, o terreno é incerto e experiências no mundo inteiro já mostraram que o quadro pode piorar rapidamente e o pior dos mundos é voltar a estaca zero. Mais pessoas doentes, morrendo, uma nova sobrecarga no sistema público de saúde e um novo fechamento. Mas será que a eleição será responsável por tudo isso? Essa deve ser sua pergunta agora. Claro que não.
Vamos montar uma equação simples que nos permita compreender este momento delicado. Historicamente, somos negligentes quando o assunto é etiqueta sanitária e é natural que aos poucos, todos comecem a relaxar e deixar de tomar os cuidados básicos para evitar a contaminação. O novo coronavírus está longe de ser controlado e continua adoecendo e matando pessoas. As finanças públicas estão combalidas e não aguentam mais manter o necessário suporte financeiro as famílias mais carentes e a solução definitiva, a tão sonhada vacina, está perto só que ainda falta a aprovação definitiva, produção, distribuição e aplicação. Um processo que não acontece da noite para o dia, ainda leva alguns meses.
O pouco tempo de convivência com a COVID-19 nos ensinou que pequenas ações são decisivas no combate ao vírus. Será que mobilizar milhões de brasileiros, em longas filas, por muito tempo, sem consideram que a maioria vai usar transporte público seria prudente neste instante? A prorrogação do pleito por poucos meses, até que a população fosse vacinada, comprometeria a nossa democracia? Mas se a realização da eleição for responsável pela contaminação de apenas uma pessoa, o que é perfeitamente possível acontecer, já seria suficiente para afirmarmos que não valeu a pena.
POUCAS E BOAS
NO MÍNIMO, INCOERENTE
Com a pandemia da COVID-19, todos a partir de 60 anos são considerados grupo de risco. Estão trabalhando de casa, devem evitar aglomerações mas são obrigados a votar. O TSE disse que ouviu especialistas e todas as decisões para essa eleição foram com base na ciência. Pelo menos essa, não foi.
SOLUÇÃO GENIAL
O eleitor não é mais obrigado a fazer biometria na identificação antes do voto para evitar o contágio do novo coronavírus. Ótimo. O problema é que logo em seguida será obrigado a digitar os números dos candidatos na urna eletrônica. Serão sete números, vereador e prefeito e duas confirmações, ou seja, qual a maior probabilidade de contágio? Com um toque ou com nove?
SE NÃO BASTASSE…
As atribuições da Justiça Eleitoral continuam as mesmas. Basicamente, evitar o abuso do poder político, econômico e agora, o cumprimento das medidas sanitárias. Com a dificuldade de encontrar mesários para trabalharem nas eleições imagine reunir gente para evitar aglomerações. Em uma eleição?
CYBER IDIOTS
O Brasil é especialista em pérolas sobre tudo. No momento que vivemos atualmente não podia ser diferente. Quando os casos e as mortes por COVID-19 cresciam os governos eram culpados. Agora, que o quadro é inverso, ou seja, menos grave que no auge da pandemia, o mérito é da Polícia Federal. Chupa essa manga.
SEMANA DECISIVA
Depois do twitter do senador Ciro Nogueira anunciando uma surpresa no anúncio do vice de Kléber Montezuma, a classe política está ansiosa para saber quem vai ocupar a vaga. Muitos nomes foram especulados, entre eles, a deputada Federal Iracema Portella. Mas como surpresa é surpresa, temos que aguardar.
FALANDO EM VICE
Outro enigma que está perto de ser resolvido é o nome que vai compor a chapa majoritária de Fábio Abreu. O REPUBLICANOS era dado como certo mas com a chegada do PTB, de João Vicente Claudino, o martelo será batido amanhã.
FALA, PEDRO
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