Escândalo em Teresina: Rio Poti em perigo por suspeita de despejo ilegal de esgoto
O promotor Francisco de Jesus, porta-voz do MPPI neste caso, revelou detalhes estarrecedores sobre a situação
- sexta-feira, 20 de dezembro de 2024
- Paulo Souza
O cenário idílico do Rio Poti, outrora símbolo de vida e beleza natural em Teresina, agora se vê ameaçado por um inimigo silencioso: o despejo irregular de esgoto. Em uma reviravolta chocante, o Ministério Público do Piauí (MPPI) lançou uma investigação bombástica sobre as práticas da Águas de Teresina, a concessionária responsável pelo saneamento na capital piauiense.
A Avenida Duque de Caxias, na Zona Norte de Teresina, tornou-se o epicentro de uma crise ambiental que ameaça contaminar não apenas as águas do rio, mas também a confiança da população. Acusações graves pairam sobre a concessionária, suspeita de lançar esgoto bruto diretamente no Rio Poti, em flagrante desrespeito às normas ambientais e à saúde pública.
Investigação revela falhas alarmantes
O promotor Chico de Jesus, porta-voz do MPPI neste caso, revelou detalhes estarrecedores sobre a situação.
"As canalizações foram instaladas sem os necessários pontos de visita. Isso não apenas dificulta a manutenção, mas também sugere que o esgoto está sendo despejado diretamente no Rio Poti, representando uma grave ameaça ao meio ambiente", disse o promotor.
Esta declaração levanta questões sérias sobre a competência e a ética da Águas de Teresina. A ausência de pontos de acesso para inspeção e manutenção não só compromete a eficácia do sistema, mas também levanta suspeitas sobre possíveis tentativas de ocultar práticas irregulares.
Moradores: As verdadeiras vítimas
Enquanto as autoridades investigam, os habitantes da Zona Norte de Teresina vivem um pesadelo diário. As obras de esgotamento sanitário, que deveriam trazer progresso, transformaram-se em uma fonte interminável de transtornos.
"Passei a semana toda sem trabalhar. Meu carro ficou preso, e entregas foram canceladas. É um prejuízo que não tem como recuperar", desabafa Seu José Severino, morador local.
O empresário Assis Carvalho vai além, denunciando o que ele considera um descaso flagrante.
"Estamos há seis meses vivendo no caos. Parece que jogaram nosso dinheiro no lixo. Já reabriram a mesma vala quatro vezes! É incompetência pura", declarou o empresário.
A defesa da concessionária
Diante das acusações, Carolina Bonfim, diretora-presidente da Águas de Teresina, tenta acalmar os ânimos.
"Teresina já conta com 60% de cobertura de esgoto. Estamos avançando por fases, e a revisão do asfalto está prevista. Nosso objetivo é garantir esgoto tratado para toda a cidade", afirmou a executiva.
No entanto, suas palavras parecem não convencer uma população cansada de promessas e ávida por resultados concretos.
O futuro em jogo
Com a convocação de uma audiência pública para 17 de janeiro, o MPPI busca não apenas esclarecer os fatos, mas também encontrar soluções urgentes. O promotor Chico de Jesus enfatiza:
"Além do impacto ambiental, investigaremos os danos ao patrimônio público e os prejuízos causados aos cidadãos. É hora de responsabilizar os culpados e proteger nosso rio e nossa gente", afirmou Francisco de Jesus.
Ministério Público vai realizar uma audiência / FOTO: Portal O Dia - Jailson Soares
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