MP-PI monitora proliferação de aguapés no Rio Poti
A multiplicação acelerada da planta geralmente está associada à massiva presença de matéria orgânica estranha ao ambiente
A 24ª Promotoria de Justiça de Teresina, especializada na defesa do meio ambiente, está acompanhando a situação de multiplicação de aguapés no rio Poti. Há algumas semanas, o leito do curso de água está parcialmente coberto pelas plantas aquáticas, principalmente em áreas com maiores níveis de urbanização, a exemplo do entorno das pontes que cruzam a capital. Em algumas regiões, formou-se um verdadeiro “tapete verde”.
A promotora de Justiça Gianny Vieira de Carvalho explica que a vegetação, em si, não é um problema, mas sim a poluição do rio.
“A questão está sendo monitorada tanto pelo Ministério Público quanto na Justiça Federal. Os aguapés proliferam todo ano, quando as águas baixam de volume, por conta do período de estiagem. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente está fazendo a limpeza, na medida do possível, mas as plantas se multiplicam à noite, de forma rápida”, esclarece.
O aguapé é comum, típico da flora brasileira, funcionando inclusive como “faxineiro das águas”, mas sua proliferação excessiva pode impedir a penetração da luz solar nas camadas profundas dos rios, prejudicando o equilíbrio de sistema. A formação de uma cobertura de aguapés também pode dificultar ou impossibilitar o uso de embarcações e equipamentos fluviais.
A multiplicação acelerada da planta geralmente está associada à massiva presença de matéria orgânica estranha ao ambiente, como elementos poluidores diversos.
“O Rio Poti sofre com o despejamento de água suja, tanto em Teresina quanto em outras cidades. Muitos são os responsáveis pela situação, entre grandes e pequenos agentes. O Ministério Público tem trabalhado para reverter o quadro, propondo ações civis públicas contra empresas e entes, articulando órgãos e procurando soluções”, pontua Gianny Carvalho.
Nessa quinta-feira (07/11), houve reunião na sede da SEMAM, com representantes da própria secretaria, da Agência Municipal de Regulação de Serviços Públicos de Teresina (Arsete) e da empresa Águas de Teresina, subconcessionária responsável pelos serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto na zona urbana.
A SEMAM informou ao Ministério Público que está sendo elaborado um plano de ação fiscalizatório para conter a poluição. Os representantes do órgão municipal declararam ainda que foi deflagrado processo de contratação de empresa para retirada dos aguapés.
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