Horror em Teresina: Jovem contadora é assassinada pelo ex-companheiro a facadas
Ciúme doentio termina em tragédia enquanto família assistia impotente ao ciclo de violência
- quarta-feira, 9 de abril de 2025
- Marcos Ribeiro
O brutal assassinato de Gisele Maria Pinheiro Pereira, 26 anos, ocorrido no último sábado (05/04), transformou em pesadelo a vida de uma família no Residencial Tancredo Neves, zona Sudeste de Teresina. A jovem contadora foi atraída para uma armadilha e executada com mais de dez golpes de canivete pelo ex-companheiro, Pedro Rocha Pereira e Farias, 23 anos, em um crime que chocou a comunidade local.
"É uma dor que não tem medida, que não cabe no peito. Nossa família está completamente destroçada. Assistimos ao terror se construindo dia após dia, vimos esse monstro agredir nossa menina na nossa frente, mas ela tinha uma dependência emocional que ele manipulava como um verdadeiro psicopata", desabafa Antônio de Sousa Pereira, pai da vítima, com olhos marejados.
A face oculta de um relacionamento tóxico
Por trás do sorriso luminoso de Gisele, recém-formada em Ciências Contábeis e funcionária de um escritório da área, escondia-se uma jovem que lutava contra problemas psicológicos e fazia uso de medicação controlada. Esta vulnerabilidade se tornou arma nas mãos do agressor, que exercia controle psicológico sobre a vítima.
"Ela era o sol da nossa casa. Mesmo com suas lutas internas, Gisele transbordava alegria, tinha projetos para o futuro, sonhava com uma família. Olhei para ela no caixão e minha mente ainda se recusa a aceitar. Quando a realidade me atinge, simplesmente desmorono", revela Maria de Sousa, mãe da jovem, entre soluços.
A emboscada fatal
De acordo com as investigações policiais, o crime foi meticulosamente planejado. Após uma discussão motivada por ciúmes obsessivos, Pedro atraiu a ex-companheira para um apartamento no residencial. Ali, em um ataque de fúria controlada, desferiu pelo menos dez golpes de canivete contra Gisele.
O laudo preliminar do Instituto Médico Legal revela a brutalidade do ataque: trauma cervical severo e hemorragia massiva que não deu chance de sobrevivência à jovem.
"Não foi um crime passional, foi uma execução", afirmou uma fonte ligada à investigação.
Justiça em marcha lenta
No domingo (06?04), menos de 24 horas após o crime, a Justiça do Piauí converteu a prisão em flagrante de Pedro Rocha em preventiva. Para a família enlutada, este é apenas o primeiro passo de uma longa jornada por justiça.
"Nenhuma sentença vai devolver nossa filha. Mas esse criminoso não pode jamais voltar às ruas. Quantas outras Giseles precisarão morrer até que a sociedade entenda a gravidade desses crimes?", afirma a mãe com voz embargada,
O ciclo da violência doméstica
O caso de Gisele expõe as entranhas de um problema social persistente: a violência contra a mulher. Especialistas apontam que o feminicídio raramente é um ato isolado, mas sim o capítulo final de uma escalada de abusos.
"As ameaças eram constantes, as agressões aconteciam até na nossa frente.Tentamos intervir diversas vezes, mas o controle emocional que ele exercia sobre ela era devastado", revela o pai.
A tragédia de Gisele se soma às estatísticas alarmantes de feminicídio no Brasil, país que registra uma mulher assassinada a cada 6 horas por razões de gênero, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Enquanto a família Pereira vive o luto pela perda irreparável, a comunidade do Tancredo Neves se une em vigílias e manifestações pedindo justiça por Gisele e por todas as mulheres vítimas da violência de gênero.
Local do crime / FOTO: Alef Leão - Portal GP1
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