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Mistério no céu: Piauí registra vários relatos de objetos voadores não identificados

Pesquisador revela locais de avistamentos e analisa fenômeno que desperta interesse de autoridades


Luzes misteriosas que desafiam a física, objetos silenciosos que pairam sobre comunidades isoladas e encontros que deixam marcas profundas nos testemunhos. O Piauí esconde uma realidade pouco discutida: é um dos estados brasileiros com maior concentração de avistamentos de objetos voadores não identificados (OVNIs), fenômeno que atrai pesquisadores de todo o mundo.

Em entrevista ao Portal Cidade Verde, Alexandre Lauzid, um dos maiores especialistas em ufologia do Brasil e fundador da rede internacional de pesquisa Braufonet (Brazil UFO Network), revela detalhes surpreendentes sobre a presença extraterrestre no território piauiense.

MAPA DO MISTÉRIO: OS PONTOS QUENTES DE CONTATO ALIENÍGENA NO PIAUÍ

O estado abriga verdadeiros "hotspots ufológicos" - áreas com registros frequentes de fenômenos inexplicáveis. A Serra da Capivara, famosa por seus sítios arqueológicos, transformou-se em palco de avistamentos recorrentes. 

"Em março deste ano, turistas capturaram um brilho intenso e anômalo durante a noite de Carnaval, algo que desafiava qualquer explicação convencional", revela Lauzid.

Na zona rural de União, a comunidade Alnilan, localizada no Povoado Gameleira, tornou-se referência nacional. Ali, a ufóloga Socorro Borges construiu uma verdadeira "estação de contato", afirmando receber visitas de seres extraterrestres desde a infância.

O Parque Nacional de Sete Cidades, entre Piracuruca e Piripiri, esconde mais que formações rochosas impressionantes. Segundo lendas locais, existem passagens secretas utilizadas por visitantes de outros mundos, enquanto em Piracuruca, moradores relatam objetos com luzes avermelhadas que perseguem veículos.

Amarante carrega uma história de mais de três décadas de avistamentos de objetos luminosos alaranjados, enquanto em Altos, na localidade Faveira, uma moradora viveu um encontro perturbador em 2023, quando um objeto com luzes azuladas e vermelhas, semelhante a uma antena parabólica, aproximou-se de sua casa durante a madrugada.

Em José de Freitas, na Fazenda Vinagreira, os relatos são ainda mais intensos. Um morador afirma ter sido atingido por um raio disparado de um objeto voador, seguido pela aproximação de criaturas de pequena estatura. Já em Castelo do Piauí, a famosa Pedra do Castelo tornou-se cenário de aparições frequentes.

PADRÕES REVELADORES: O QUE ATRAI VISITANTES DE OUTROS MUNDOS?

O que esses locais têm em comum? Lauzid identifica padrões intrigantes. 

"Percebemos que áreas remotas, isoladas geograficamente, como serras e zonas rurais, concentram mais avistamentos. A ausência de poluição luminosa facilita a observação, mas há algo mais profundo", explica.

Sítios arqueológicos e formações rochosas incomuns parecem exercer atração especial. 

"Locais como a Serra da Capivara e Sete Cidades possuem inscrições rupestres e monumentos antigos que podem despertar interesse histórico ou energético nesses seres", teoriza o especialista.

Outro fator relevante é a presença de comunidades com forte conexão espiritual. 

"Ambientes místicos, como a Comunidade Alnilan, misturam espiritualidade e ufologia, criando campos energéticos diferenciados que potencializam contatos", acrescenta.

Fenômenos naturais incomuns e anomalias magnéticas também aparecem como catalisadores, embora faltem estudos científicos conclusivos sobre essa correlação.

ANATOMIA DO DESCONHECIDO: COMO IDENTIFICAR UM OVNI

Os relatos piauienses descrevem padrões recorrentes nos objetos avistados. A maioria apresenta formato circular ou discoide – o clássico "disco voador" – mas há registros de formas ovais, triangulares e até semelhantes a antenas parabólicas. Esferas luminosas e "bolas de fogo" também são frequentes.

A iluminação é característica marcante: luzes intensas em vermelho, azul, branco, laranja e verde, que podem ser pulsantes, constantes ou intermitentes, frequentemente mudando de cor durante o voo.

O mais impressionante está na movimentação desses objetos: deslocamentos rápidos, silenciosos e que desafiam a física convencional. Mudanças bruscas de direção, desaparecimentos instantâneos e voos em zigue-zague são comuns nos relatos. 

"O silêncio absoluto durante manobras de alta velocidade é uma das características mais desconcertantes", destaca Lauzid.

Alguns OVNIs deixam marcas físicas no ambiente: sinais no solo, alterações na vegetação e interferência em equipamentos elétricos. Testemunhas próximas relatam sensações físicas como calor, formigueiro, lapsos temporais e emoções intensas.

CIÊNCIA OU FICÇÃO? O QUE AS AUTORIDADES DIZEM

O fenômeno OVNI deixou de ser tratado como mera curiosidade ou delírio. Instituições oficiais como a Força Aérea Brasileira (FAB) mantêm registros de aproximadamente 800 ocorrências, disponíveis para consulta pública no Arquivo Nacional.

Internacionalmente, a NASA estabeleceu um painel com 16 especialistas dedicados ao estudo dos chamados "Fenômenos Anômalos Não Identificados" (UAPs), nova terminologia adotada para distanciar o tema do estigma cultural. O Pentágono americano também intensificou investigações, recebendo 757 novos relatos entre maio de 2023 e junho de 2024.

"Embora a NASA afirme que ainda não há evidências conclusivas sobre origem extraterrestre, ex-membros do Departamento de Defesa dos EUA, como Tim Gallaudet e Luis Elizondo, declararam publicamente que os OVNIs são reais e que a população tem direito à verdade", ressalta o pesquisador.

O QUE FAZER SE VOCÊ AVISTAR UM OVNI

Para quem se depara com um fenômeno inexplicável nos céus, Lauzid oferece orientações práticas: "Mantenha a calma e observe atentamente. Registre o máximo de detalhes: formato, cor, luzes, direção do movimento, sons e duração do avistamento."

Se possível, fotografe ou filme o objeto, evitando tremer ou usar zoom excessivo. Anote data, hora, local exato e condições climáticas. Verifique se há outras testemunhas e peça que cada uma descreva individualmente o que viu, para evitar influências mútuas.

O relato pode ser enviado à FAB, ao Arquivo Nacional ou a grupos de ufologia sérios como a BRAUFONET e o Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV). "É importante evitar conclusões precipitadas. Nem tudo que parece OVNI é extraterrestre – pode ser drone, balão meteorológico ou fenômeno natural", adverte.

A BARREIRA DO PRECONCEITO

O maior obstáculo para o avanço das investigações não está nos céus, mas na cultura do preconceito. 

"Muitas pessoas evitam relatar experiências por medo de ridicularização. Esse estigma, alimentado por décadas de piadas e caricaturas, cria uma barreira que reprime testemunhos valiosos", lamenta Lauzid.

A desinformação agrava o problema. Teorias conspiratórias infundadas e sensacionalismo exagerado minam a credibilidade dos estudos sérios, dificultando o acesso a dados confiáveis.

"O fenômeno OVNI tornou-se questão de segurança aérea e científica. Ignorá-lo por preconceito pode comprometer não só a investigação, mas também a segurança de voos e instalações estratégicas", alerta o especialista.

Felizmente, instituições como a NASA e o Pentágono têm buscado romper esse bloqueio cultural. O Brasil também avança, disponibilizando arquivos militares ao público e incentivando a pesquisa civil. 

"Superar o preconceito e combater a desinformação são passos essenciais para compreender o fenômeno com maturidade. Só assim poderemos separar mito da realidade e, talvez, descobrir nosso verdadeiro lugar no universo", conclui.

Alexandre Lauzid, pesquisador em ufologia / FOTO: TV Assembleia - Cena Aberta

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