Ministra terrivelmente cristã que ignora as cores do Brasil
Em meio ao turbilhão de comentários na web a declaração traz outra questão: desde quando azul é considerado cor de menino e rosa de menina?
Ontem (2) após seu discurso de posse Damares Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, fez a seguinte afirmação: “Menino veste azul e menina veste rosa”. A polêmica frase gerou um rebuliço na internet, entre apoiadores e opositores do novo Governo.
No Twitter brasileiro, a hashtag #cornaotemgenero se tornou um dos principais assuntos do momento. Entre os piauienses a reação veio na ironia do deputado Federal Marcos Aurélio, filho do deputado Estadual Themístocles Filho. Vestindo camisa rosa, o parlamentar questiona: “Menino veste azul e menina veste rosa? Como assim?”
Em meio ao turbilhão de comentários na web a declaração traz outra questão: desde quando azul é considerado cor de menino e rosa de menina? Quem tentou descobrir a origem do conceito foi a historiadora Jo Paoletti, autora do livro Rosa e Azul: diferenciando meninas de meninos nos EUA. Ela chegou à conclusão que essa é uma ideia recente e que, em certo momento da história, rosa era uma cor masculina.
Mas, a questão é bem mais profunda que a preferência por cores. Damares Alves é pastora e em sua posse já havia declarado: "O estado é laico, mas essa ministra é terrivelmente cristã". Na prática ela acena que sua gestão terá forte apelo religioso, o que é um risco, pois poderá acirrar ânimos e excluir tudo aquilo que for entendido como fora do propósito de Deus.
No Gênesis a Bíblia relata que foram criados apenas dois gêneros, o menino Adão e em seguida a menina Eva. Eles não vestiam azul, nem rosa. Andavam nus e tinham a cor do barro. A ministra Damares ainda não deve ter caído em si e do seu papel enquanto gestora, paga com os impostos de todos os brasileiros, independente da fé que professa, das cores de sua preferência e do gênero que aceite.
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