Alarmante: Cerca de 59% das prefeituras piauienses fecharam o ano de 2024 no vermelho
O estudo aponta que o colapso financeiro tem raízes profundas no crescimento desenfreado das despesas administrativas
- segunda-feira, 2 de junho de 2025
- Paulo Souza
Um cenário devastador tomou conta das finanças municipais piauienses. Levantamento divulgado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) revela que quase 6 em cada 10 prefeituras do estado encerraram 2024 com as contas submersas em dívidas, acumulando um buraco financeiro estimado em R$ 500 milhões.
A análise, que contemplou 176 das 224 administrações municipais do Piauí, expõe a gravidade da situação: enquanto as receitas primárias somaram aproximadamente R$ 17,2 bilhões, os gastos dispararam para R$ 17,8 bilhões no mesmo período, criando um desequilíbrio fiscal alarmante que compromete serviços essenciais à população.
MÁQUINA PÚBLICA INCHADA DEVORA ORÇAMENTOS MUNICIPAIS
O estudo da CNM aponta que o colapso financeiro tem raízes profundas no crescimento desenfreado das despesas administrativas. A entidade não poupou palavras ao caracterizar a situação como um verdadeiro "descalabro" provocado principalmente pela explosão nos gastos com pessoal para manutenção dos serviços públicos.
Entre os vilões do orçamento, destacam-se as despesas de custeio, contratações de prestadores de serviços, locação de mão de obra e gastos com funcionalismo, deixando pouquíssimo espaço para investimentos em obras e instalações que poderiam beneficiar diretamente os cidadãos.
TSUNAMI FINANCEIRO SE ESPALHA PELO BRASIL
A crise não é exclusividade piauiense. O levantamento nacional da CNM desenha um quadro ainda mais sombrio: 54% das prefeituras brasileiras fecharam 2024 no vermelho, acumulando um déficit histórico de R$ 33 bilhões – o pior já registrado segundo a confederação.
A deterioração das contas públicas municipais avançou rapidamente. Em apenas um ano, a proporção de cidades endividadas saltou de 51% para 54%, enquanto o rombo financeiro praticamente dobrou, passando de R$ 17 bilhões para os atuais R$ 33 bilhões.
NINGUÉM ESCAPA: PEQUENOS, MÉDIOS E GRANDES MUNICÍPIOS AFUNDAM EM DÍVIDAS
A análise detalhada revela que a tempestade financeira não discrimina pelo tamanho das cidades. Nos municípios pequenos, o déficit explodiu de R$,4 bilhões para assustadores R$ 5,8 bilhões. Nas localidades de médio porte, o salto foi de R$ 2,2 bilhões para R$ 8,4 bilhões. Já nas grandes cidades, o buraco financeiro aumentou de R12,7bilhões para impressionantes R$ 18,5 bilhões.
Embora a crise atinja todas as categorias de municípios, as situações mais desesperadoras concentram-se nas cidades populosas, onde 65% enfrentam déficit, e nas pequenas localidades, com 57% das administrações no vermelho.
ALERTA VERMELHO PARA 2025
Com base nos dados apresentados no Relatório Resumido de Execução Orçamentária (RREO) de 2024, ajustados pela inflação medida pelo IPCA, a CNM emitiu um alerta máximo sobre o futuro das finanças municipais.
A entidade adverte que, sem medidas corretivas urgentes, o cenário para 2025 e os anos seguintes pode ser catastrófico. O crescente comprometimento das receitas municipais com despesas obrigatórias, combinado com a aceleração dos gastos públicos, forma uma tempestade perfeita que ameaça paralisar a administração de centenas de municípios brasileiros.
Números são alarmantes / FOTO: Portal GP1
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