Polícia

Secretário Chico Lucas demite policial civil após julgamento por abuso de autoridade

A Polícia Civil confirmou seu envolvimento em múltiplos inquéritos, abordando delitos como peculato e tentativa de sequestro


Um dos capítulos mais alarmantes da segurança pública do Piauí foi registrado nesta semana: o agente da Polícia Civil Cícero Henrique de Sousa Araújo foi oficialmente desligado do cargo após enfrentar uma sucessão de denúncias criminais e processos internos. Sob ordens do secretário de Segurança Pública, Chico Lucas, a demissão foi publicada na terça-feira (22/04), escancarando as graves falhas cometidas pelo servidor público.

Com carreira marcada por inquéritos e suspeitas, Cícero Henrique exercia funções na Delegacia Seccional de Barras quando, em março deste ano, foi preso durante uma operação conjunta promovida pela Delegacia de Repressão aos Crimes Funcionais (DRCF) e pelo Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO). Na ocasião, ele foi acusado de abuso de autoridade, após violar medida protetiva e ameaçar mulheres munido de arma de fogo durante as festividades de Carnaval.

CONDENAÇÃO RESPALDADA PELA LEGISLAÇÃO

A decisão de exonerar o policial se amparou nos artigos 59 e 67 da Lei Complementar nº 37/2004, responsáveis por disciplinar o Estatuto da Polícia Civil, além de dispositivos complementares da legislação estadual. O relatório administrativo definiu a medida como inevitável diante da gravidade das acusações e dos riscos à ordem institucional.

SEQUÊNCIA DE ESCÂNDALOS E NOVOS INQUÉRITOS

As suspeitas sobre o agente não são recentes. A Polícia Civil confirmou seu envolvimento em múltiplos inquéritos, abordando delitos como peculato e tentativa de sequestro. No ano passado, as denúncias se multiplicaram, sendo resultado de ocorrências devidamente registradas e relatos de vítimas que conviveram com supostos excessos e desvios de conduta do então servidor.

Para o delegado Welder Melo, responsável pela detenção em março, o padrão de comportamento do agente já sinalizava riscos à integridade da própria corporação. 

“Ficou evidente para a equipe o desprezo pelas normas legais e a reincidência em atitudes consideradas criminosas”, explicou oficialmente.

UM PASSADO MARCADO POR OPERAÇÕES E DENÚNCIAS

Não foi a primeira vez que o nome de Cícero Henrique apareceu em investigações de grande repercussão. Em 2017, ele foi centro da Operação Infiltrados, que desmantelou uma suposta quadrilha composta por servidores públicos acusados de irregularidades em concursos, inclusive no certame da polícia civil ocorrido em 2012. Na época, o Ministério Público do Estado indiciou Henrique juntamente com outros 12 policiais, alegando conexão direta com fraudes no sistema de ingresso.

CONSEQUÊNCIAS IMEDIATAS E PRÓXIMAS ETAPAS

Com a demissão sacramentada, o agente será obrigado a devolver toda a identificação funcional, armas, insígnias e demais objetos relacionados ao exercício da função. Agora, a trajetória de Cícero Henrique serve de alerta para a necessidade de mecanismos de controle mais eficientes e fiscalização contínua dentro das instituições de segurança pública, especialmente diante do impacto direto sobre a confiança da sociedade.

“Quando os próprios agentes da lei cruzam a linha, é preciso agir com rigor máximo”, ressalta o relatório da Secretaria de Segurança.

A produção do Portal Arquivo 1 tentou entrar em contato com Cícero Henrique, mas não conseguiu localizá-lo. Caso ele queira se manifestar sobre a decisão o espaço está aberto.

E-mail de contao: [email protected]

Polícia Civil Cícero Henrique de Sousa Araújo / FOTO: Portal GP1

Deixe sua opinião: