Adolescente piauiense é preso acusado de envolvimento em crimes virtuais contra menores
Jovem de 17 anos de oeiras é alvo de megaoperação que combate grupo neonazista e de pedofilia em 11 estados
- quarta-feira, 28 de maio de 2025
- Marcos Ribeiro
Um adolescente de apenas 17 anos, morador de Oeiras, no Sul do Piauí, caiu nas garras da justiça durante uma operação policial realizada nesta terça-feira (27/05). A ação, que varreu simultaneamente 11 estados brasileiros, desmantelou uma rede que atuava nas sombras da internet, promovendo horrores como pedofilia, neonazismo e incentivo à automutilação de menores.
"Ele é suspeito de integrar grupos com mensagens de conteúdo neonazistas, pedofilia e com mutilação de adolescentes. Fizemos a apreensão do celular dele e lavramos o boletim de ocorrência circunstanciado", revelou Yan Brayner, gerente de Inteligência da Secretaria Estadual de Segurança (SSP-PI).
O SUBMUNDO VIRTUAL DO HORROR
As investigações, conduzidas com maestria pela Polícia Civil do Mato Grosso e apoiadas pelo Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) da Secretaria Nacional de Segurança Pública, desvendaram um cenário aterrador. A rede criminosa operava principalmente em plataformas como WhatsApp, Telegram e Discord, transformando espaços virtuais em verdadeiras câmaras de tortura psicológica.
Nos grupos, os criminosos não apenas compartilhavam material de pornografia infantil, mas também instigavam comportamentos autodestrutivos, praticavam perseguição virtual (stalking), faziam ameaças constantes e invadiam sistemas informatizados, incluindo bancos de dados governamentais.
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FAMÍLIA CHOCADA COM A DESCOBERTA
Após o cumprimento do mandado, o jovem piauiense foi liberado, mas permanece sob investigação. O delegado responsável revelou detalhes surpreendentes sobre o contexto familiar do adolescente.
"O adolescente foi ouvido na presença do pai, mas não confessou os crimes. O pai não suspeitava das ações do filho, até porque ele morava com a avó, que também não tinha conhecimento. É uma família humilde, não possuem muita noção do que seja esse mundo virtual", revelou o delegado.
Este caso expõe uma realidade alarmante: o abismo digital que separa gerações pode criar ambientes propícios para que jovens se envolvam em atividades criminosas sem que seus responsáveis percebam.
OPERAÇÃO MÃO DE FERRO 2: O GOLPE CONTRA O CRIME VIRTUAL
A operação, batizada de "Mão de Ferro 2", representa a resposta implacável das autoridades contra crimes digitais de alta gravidade, especialmente aqueles que vitimizam crianças e adolescentes. O nome simboliza a força da lei contra a exploração digital, violência psicológica e disseminação de conteúdos de ódio e autodestruição.
A ação coordenada demonstra que, apesar do aparente anonimato da internet, os criminosos virtuais não estão imunes ao alcance da justiça. As investigações continuam, e novos desdobramentos podem surgir nos próximos dias, enquanto as autoridades aprofundam a análise dos materiais apreendidos.
ALERTA AOS PAIS: O PERIGO MORA NOS DISPOSITIVOS
O caso do adolescente de Oeiras serve como um alerta vermelho para famílias em todo o Brasil. O acesso irrestrito à internet, sem supervisão adequada, pode abrir portas para um universo de perigos que transcendem o mundo virtual e causam danos reais e irreparáveis.
Especialistas recomendam que os pais mantenham diálogo constante com seus filhos sobre segurança digital, conheçam as plataformas que eles utilizam e estejam atentos a mudanças comportamentais que possam indicar envolvimento em atividades perigosas online.
Operação ocorreu simultaneamente em 11 estado / FOTO: Divulgação - MJSP
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