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Um rombo três vezes maior: Prefeito Sílvio Mendes divulga dívida final de R$ 3 bilhões

Sílvio descreveu a entrevista como “a mais difícil de toda a sua vida pública”, reconhecendo a dimensão inédita do problema


A prefeitura de Teresina enfrenta o maior colapso financeiro de sua história recente. O prefeito Sílvio Mendes (União Brasil) revelou, em uma entrevista nesta quarta-feira (070/5), que a administração municipal acumula uma dívida que ultrapassa a marca de R$ 3 bilhões, valor três vezes superior ao inicialmente divulgado poucos dias antes, quando se falava em um rombo de R$ 1 bilhão. Esse passivo colossal representa praticamente metade de toda a verba anual destinada à manutenção e desenvolvimento da cidade.

A gravidade do cenário levou o chefe do executivo a anunciar a criação de uma força-tarefa especial, formada por servidores de confiança e técnicos experientes. O grupo terá como missão redigir um plano emergencial de contenção de gastos e recuperar o equilíbrio das contas públicas, prioridade que dominará as próximas ações do governo local.

A atmosfera no Palácio da Cidade é de apreensão. Sílvio Mendes descreveu a entrevista como “a mais difícil de toda a sua vida pública”, reconhecendo a dimensão inédita do problema. Ele relatou que os primeiros quatro meses da nova gestão foram consumidos por tentativas de sanear as contas, mas as medidas tomadas até então não conseguiram frear o avanço das dívidas. O prefeito afirmou que “medidas duras que nunca se tomaram” foram oficializadas por decreto no dia anterior.

O quadro revelado é composto por compromissos com fornecedores, saldos pendentes de empréstimos bancários e dívidas trabalhistas. “Quando eu disse que a prefeitura estava devendo um bilhão de reais, é muito pior: são três bilhões de reais”, declarou. Mendes detalhou que o município dispõe de aproximadamente R$ 6,4 bilhões para custear todas as demandas da cidade em um ano, mas já deve cerca de metade desse montante.

Segundo o próprio prefeito, esse gigantesco endividamento irá limitar drasticamente a capacidade de investimentos, pagamento de salários e a manutenção de serviços essenciais oferecidos à população.

Entre os principais débitos divulgados oficialmente pela prefeitura estão:

- R$ 480 milhões em restos a pagar do exercício anterior.

- R$ 280 milhões referentes a depósitos e consignações.

- R$ 100 milhões em despesas de exercícios anteriores.

- R$ 212 milhões devidos a terceirizados.

- R$ 110 milhões em restos a pagar na FMS.

- R$ 620 milhões de empréstimos contraídos junto ao Banco do Brasil.

- R$ 100 milhões em empréstimos com o BRB.

- R$ 100 milhões em empréstimos na Caixa Econômica Federal.

- R$ 502 milhões devidos ao IPMT.

- R$ 10 milhões relativos a FGTS e INSS.

O prefeito enfatizou que, apesar do cenário desafiador, a administração está comprometida em encontrar soluções e restaura a confiança dos cidadãos para superar a crise fiscal sem precedentes.


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