A enrascada planetária e o Brasil
Como a elite política nordestina que é quem manda neste país, ao menos no Congresso, vai lidar com essa enrascada mundial e encruzilhada brasileira?
Teremos pela frente 40 dias em que a vida política ficará travada, face ao processamento na Câmara dos Deputados da segunda denúncia da PGR, por crime de organização criminosa e obstrução da Justiça, contra o Presidente Michel Temer.
O mês de outubro que é quando começa o ano eleitoral para a Justiça, apesar dos políticos teimarem em dizer que tudo só começa no ano que vem, já terá se ido, a primavera instalada e estaremos vivendo o quarto trimestre do ano de 2017. Aqui em Brasília, apesar das declarações de parte da Oposição e das insatisfações externadas pelo Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ninguém com alguma dose de experiência acredita que Michel Temer vá ser afastado do cargo por 180 dias para responder um processo no Supremo Tribunal Federal.
Bem, e o que teremos então!? Mais sinais da economia, CPMI da JBS, tentativas de Reforma Política, arrumações do novo poder na Procuradoria-Geral da República (PGR), o futuro da delação do doleiro Lúcio Funaro e o que fará Geddel Vieira Lima de agora em diante. Sempre se pode dizer que haverá algo mais! O imprevisível sentou praça por aqui.
Frente a tudo isso, a repercussão da fala do General de Exército Antonio Hamilton Martins Mourão mais de tudo que se falou e escreveu esses dias - salienta o que está em jogo é o futuro da nossa democracia! Até porque não é razoável imaginar que as classes poderosas do Brasil, especialmente o grande empresariado, vão perder as conquistas recentes que fizeram o Brasil entrar no primeiro time da economia global ao se assumir uma republiqueta gerida por militares e os próprios ultraconservadores que possuem condições de eleger um dos seus, o deputado Jair Bolsonaro, bem colocado nas pesquisas, vão cometer os erros do passado num outro momento histórico. É a razoabilidade.
A nossa democracia é tanto mais poderosa se souber lidar com uma das regras basilares desse modelo de sistema político, a alternância de poder. Nos últimos anos, quem se apresentou como alternativa de poder foi o PSDB, no entanto o que vimos hoje é a extrema-direita se colocando como tal.
A onda no mundo é real, não é espuma, não é makeup. Primeiro foi a eleição do republicano(?!) Donald Trump, nos Estados Unidos. Depois foi a ida de Marrine Le Pen no segundo turno das eleições francesas com o seu Frente Nacional, e, agora, a volta dos nazistas ao Parlamento Alemão, o Bundestag, desde 1933 - isso se dá depois de 84 anos.
Como a elite política nordestina que é quem manda neste país, ao menos no Congresso, vai lidar com essa enrascada mundial e encruzilhada brasileira?
O partido ao qual o deputado Jair Bolsonaro deverá ser candidato à Presidência da República é o PEN, que se transformará em Patriotas que praticamente inexiste no Nordeste. O PSDB até que cresceu no Nordeste nas recentes eleições municipais, mas nada que se diga retumbante. O PP partido com mais gente no “Petrolão” cresceu bem mais, creiam-me.
É voz corrente que as esquerdas não deverão ter êxito no Brasil no ano que vem, mesmo com Lula candidato – não habitamos outro Planeta. Em tese, a caminhada dos ultra-direitistas no Brasil teria maior futuro numa eleição “solteira”, mas teremos eleições nacionais no ano que vem. O brasileiro é de centro, nem à direita, nem à esquerda. Resta saber quem vai ocupar esse espaço!
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