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Lula tem desafios gigantescos tanto no Brasil como no cenário internacional

Agora, existem dúvidas, com clara raiz política, sobre como o novo governo vai lidar com as alternativas orçamentárias em 2023

07 de novembro de 2022, às 13:00 | Genésio Junior

Primeiro domingo após o resultado das urnas. Temos um presidente eleito pela maioria do povo brasileiro. Desde então vimos apaixonados bolsonaristas cometerem atos de insatisfação. Bloquearam estradas, especialmente rodovias federais, e foram às portas dos quartéis pedir intervenção federal.

Não há como dizer que foram “manifestações populares”! Foram manifestações ilegais e antidemocráticas. Goste-se ou não, sem pilhérias dos vencedores, as instituições estão funcionando. Os políticos eleitos com o novo presidente já autorizaram a roda a continuar girando.

O problema agora é outro, mesmo com a zanga dos vencidos. Fazer a roda girar para que o presidente eleito cumpra suas promessas de campanha, algumas delas em sintonia com o governo derrotado.

A princípio ficou claro que teremos um governo mais amplo. O Vice-Presidente Eleito, Geraldo Alckmin, com seu jeito de cardeal da Igreja Católica chegou macio, leve porém firme na Capital Federal. Deixou claro que o petismo não vai mandar, mas podem organizar. O convite no final de semana, feito pelo PT, para os economistas fundadores do Plano Real, Pérsio Arida e André Lara Resende, fazerem parte da Equipe de Transição, vai fazer Mercado acordar na segunda-feira (07/11), aliviado mais ainda, promissor, alvissareiro.

Agora, existem dúvidas, com clara raiz política, sobre como o Novo Governo vai lidar com as alternativas orçamentárias em 2023. A principio, se falou de uma Proposta de Emenda à Constituição para manter o teto fiscal sem teto, mas em seguida se falou de uma Medida Provisória. São saídas legais que por um lado permitir logo um acordão nacional e por outro se adia isso para mais adiante. Com a PEC, o Centrão entra logo no Governo, enquanto com a MP se remete para mais adiante.

Lula está sendo criticado por usar de velhos métodos e alternativas para um mundo novo, mas a conciliação nacional é a nossa tradição. Bolsonaro, em grande parte, foi derrotado apesar do intenso uso da máquina e contar com o antipetismo, por não saber ou querer fazer a conciliação nacional.

A tendência é que esse assunto seja logo enfrentado com a alternativa da conciliação nacional. Lula já estreia esta semana na cidade balneário egípcia de Sharm el Sheikh, tão adorada pelo grande estadista Winston Churchill, um conservador famoso por chorar em público como faz Lula. Detalhe: fala-se que o conservador britânico, considerado um dos maiores homens públicos do século 20, chegou a fumar 140 mil charutos e ter bebido 42 mil garrafas de bebidas ao longo da vida.

Lula chega para seu primeiro grande compromisso internacional, ele que foi convidado para o evento COP-27, Conferência da ONU para o Meio Ambiente, pelo presidente do Egito, Abdel Fatah al-Sissi, já se sabendo que a comunidade internacional deverá apoiar que os grandes fundos internacionais se juntem, com algum quinhão, para investir na formação do fundo global de US$ 100 bilhões para financiar o enfrentamento dos efeitos do aquecimento global.

Lula precisa deixar claro, por aqui, que não vai ter marola na conciliação nacional e chegar em Sharm el Sheikh se agarrando na tese dos fundos internacionais o apoiarem. O Brasil é a bola da vez nesta questão. Apesar da gritaria dos insatisfeitos a roda tem que girar.

O país quer soluções, quer um governo para todos. A roda gira!

Lula, presidente eleito / FOTO: Poder 360


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