Preparem-se, pois Lula deve comandar um governo com contradições provocantes
Há quem diga que o “Mercado” e parte da imprensa exageraram com Lula no final dessa semana
Arrisco dizer que o Governo Bolsonaro terminou no dia 9 de novembro passado, quando o Ministério da Defesa divulgou relatório cheio de sugestões sobre melhorar a seguranças das eleições, mas que não via fraude eleitoral nem inconsistência em nossas urnas eletrônicas.
Arrisco dizer, também, que o Governo Lula deverá começar, para valer, após o 18 de novembro, quando termina a COP 27, o evento do clima que ocorre na cidade egípcia de Sharm El Sheikh.
No dia 8 de novembro o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou em Brasília (DF). Começou bem, mas deixou a cidade na quinta-feira (10/11), sob pressão de sua fala ousada para uns e irresponsável para outros ao tratar de gastos e sem dar bola, irônico, sobre a tal regra de ouro da responsabilidade fiscal, para atender os mais pobres. Estava muito emotivo. Teve gente que votou nele que afirmou que o homem de 60 milhões de votos tinha “Dilmado”. Goste-se ou não do que ele disse, ser comparado com Dilma Rousseff que deixou o governo com um default de 7,2 %, histórico e só comparado com o crash de 1929, desemprego em 12% e inflação de mais de 10% em 2015 – não é nada bom!
Há quem diga que o “Mercado” e parte da imprensa exageraram com Lula no final dessa semana.
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Lula chegará no Egito e deverá ficar por lá até o dia 17, talvez fique até para o encerramento da COP-27, no dia 18 de novembro. A seleção brasileira estreará na Copa do Qatar no dia 24.
Há informações de que Lula deverá voltar para o Brasil cheio de promessas e de pré-acordos - que os fundos internacionais vão investir no país em condições excepcionais. Vários órgãos de controle e de fomento já anteciparam, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), que os fundos de investimentos devem colocar para funcionar o financiamento do Acordo de Paris, que o Brasil é um dos signatários.
Lula que já avisou que deverá começar a anunciar ministros de Estado do futuro governo quando voltar do Egito, tende a lançar suas bases com, inicialmente, os ministros, ou ministras, do Meio Ambiente, Relações Exteriores e Fazenda, o que seria um choque externo positivo, naturalmente, nas críticas internas de que teria “dilmado”.
Os críticos dos primeiros passos do Governo de Transição deverão ter que lidar com a onda positiva que a nova administração (?!) vai receber do Estrangeiro. Lula é um homem experiente, assim como o seu vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB). Eles já sabem que vão receber esse manto externo a lhes proteger dos erros iniciais.
Após o feriadão, os grupos temáticos vão começar a se reunir, além da Proposta de Emenda da Constituição da Transição vai ser apresentada; que agora ganha o nome de PEC da Bolsa Família. O Centrão já sinaliza que não vai aceitar a quebra do teto de gastos por quatro anos para atender a excepcionalidade do Bolsa Família, ainda chamado de Auxílio Brasil. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que o Congresso quer manter o teto de gastos e que o novo governo tem que ter uma arrecadação melhor.
O Governo de Transição vai ter que agir rápido e medir suas escolhas face ao Congresso de hoje e o de fevereiro, mas é certo que Lula terá algo que o Governo atual não teve, o financiamento internacional que não será o de motel, mas o de Casa Grande.
Vindo de um governo que surge puxado por um partido de centro-esquerda é algo interessante. Preparem-se, para contradições provocantes.
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