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A força dos militares agora é mais visível!

Os militares foram os únicos que não foram desautorizados por Jair Bolsonaro, situação que não viveram tanto Paulo Guedes como Sérgio Moro

11 de março de 2019, às 09:30 | Genésio Júnior

Terminou a semana do Carnaval, agora começou o ano! É assim no Brasil. Pode ser com governo de esquerda, de centro ou, agora, de direita. Há uma expectativa de que acabou a brincadeira.

É tempo de formação das comissões permanentes na Câmara dos Deputados, o presidente Jair Bolsonaro deverá enfrentar de vez a vida real, começar a conversar com os partidos e deve dizer que seu Moro (Sérgio Moro o seu xerife anti corrupção?!) vai estar solto! Mas, tem uma questão estratégica que precisa e deve ser analisada.

Entre todos os grupos que iniciaram o ano, formando núcleos de poder, neste governo, não resta dúvida que os militares começam o “ano real” com uma força consistente e proeminente. É bom lembrar os desavisados. Desde a redemocratização nunca tivemos um governo com quatro núcleos muito claramente postos: dogmático (bolsonaristas), militar (generais), econômico (grupo de Guedes) e anticorrupção (grupo de Moro).

Os militares foram os únicos que não foram desautorizados por Jair Bolsonaro, situação que não viveram tanto Paulo Guedes como Sérgio Moro, nos episódios dos incentivos fiscais, decreto das armas e desconvite em conselho da Justiça.  Os militares impediram as loucuras bolsonaristas no Itamaraty, foram decisivos para deter os estragos no caso Gustavo Bebiano e vídeo pornogrático, estão irritando o bolsonarismo de Olavo de Carvalho e já disseram ao mundo econômico que não vão privatizar a Eletrobras como queriam os desestatistas de Guedes.

Nem tudo é positivo na influência dos militares no Governo. A questão de uma Previdência reformada, só para eles, tende a ser um problema, não tenham dúvidas.

A pergunta que fica: esse protagonismo militar vai ajudar ou vai atrapalhar os que defendem uma postura mais desenvolvimentista para as regiões que precisam mais de estado, como o Nordeste e o Norte do Brasil?

Em tese, não resta dúvida que essa regiões ganham, se esperam contar mais com o Estado.

A região Norte agora tem nomes importantes no Senado, tanto na Presidência, com Davi Alcolumbre (DEM-AP), como no comando da importantíssima Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), senador Omar Aziz (PSD-AM). Todos muito próximos dos militares. No Norte. a classe política tem uma forte relação com os militares. Naquela região, quando se tem problema não se liga para os bombeiros ou para a política, mas para o Exército, a Marinha ou a Aeronáutica.

O Nordeste não tem esse envolvimento todo com os militares, mas as obras da Transposição do São Francisco, a distribuição de água pelos carros-pipa, no auge da seca, e, agora, a decisão deles de não aceitarem a privatização da Eletrobras, o que tem relação direta com a icônica Chesf são simpáticas e dão fôlego aos que avaliam que haverá um tempero considerável na onda de redução do Estado na região acima do paralelo 20º.

Isso, ao mesmo tempo, não pode trabalhar contra um Brasil mais moderno, contemporâneo, próprio a economia 4.0 que impressiona o Planeta. Que o Estado faça o que deve fazer, ao tempo que aplica suas naturais compensações para um país tão desigual como o nosso.

O momento é particularmente instigante, em todos os cenários. Apesar das confusões que vimos até agora. Os próximos meses prometem sem interessantes.

Presidente Bolsonaro em pronunciamento nas redes sociais


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