A grande missão do Democratas no poder!
Os petistas e afins divulgaram no final de semana que depois dos militares voltarem ao poder, agora o país é mandado pela velha Arena!
Em 13 de agosto de 2010, num comício da campanha da candidata à Presidência. Dilma Rousseff, em Joinville (SC), o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que chegava o momento de “extirpar” o partido Democratas da política brasileira. Era um dos momentos de mais alto prestigio de um Presidente da República.
Todo esse clima de animosidade vinha ainda de 2005. "A gente vai se ver livre desta raça por pelo menos 30 anos", em referência ao PT e à esquerda brasileira. Era o ano do Mensalão. Essa foi uma famosa frase do então senador Jorge Borhausen, presidente do entigo PFL, que foi colocada pela máquina petista como uma referência racista. O PFL teve que mudar de nome senão seria extinto pelo prestígio de Lula, que elegeu Dilma, à época, com o Brasil crescendo 7,5%, lá em 2010.
O partido até então era um fortaleza no Nordeste. Tinha a força de Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), que foi o último poderoso no Senado e no Congresso Nacional ,antes dos muitos anos de PMDB, hoje MDB, mandando e desmandando.
Agora, o Democratas voltou a ser poderoso, portentoso, junto num momento em que um presidente da República é eleito e inicia seu governo falando que não tem essa de acordos com partidos políticos. O Democratas elegeu nessa sexta-feira, 1º de fevereiro, de forma mais tranquila, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) para seu terceiro mandato de presidente da Câmara dos Deputados. Nesse sábado, 2, de forma surpreendente, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) se elegeu, com muita polêmica e emoção, para comandar o Senado e o Congresso Nacional. Interessante é que o partido seja presidido pelo prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, o ACM Neto, nada mais nada menos que o terceiro da linha família do velho, e já falecido, Antônio Carlos Magalhães.
Os petistas e afins divulgaram no final de semana que depois dos militares voltarem ao poder, agora o país é mandado pela velha Arena! Pilhéria e ironia - as mais saborosas armas não letais da política.
O Nordeste que por anos a fio tinha algum dos seus controlando algumas das casas legislativas, agora, ficou de fora. O Nordeste já não foi lá atendido na alta cúpula do Governo Federal. O Presidente Jair Bolsonaro nunca explicou bem essa questão. No caso do Congresso, a lógica sempre foi dos grupos partidários. Na formação de um governo de um país continental e federalista, como o nosso, seria natural que esse peso fosse analisado, não foi! Há quem diga que seria uma estratégia do Presidente Jair Bolsonaro, que não venceu eleitoralmente na região, como se sabe, para se impor de uma forma particularíssima! A se ver.
O Democratas que chega ao poder com as vitórias no Congresso e tem três ministérios importantes no Governo Bolsonaro não tem nada haver com a velha Arena, o “Maior Partido do Ocidente” como já se falou naqueles anos. O Democratas continua sendo um partido conservador, mas não tem o perfil de um legitimador de um governo de exceção. Hoje, o Democratas é o que mais se parece com um partido que seria legitimador de um novo conservadorismo. O PSL partido do presidente da República, Jair Bolsonaro, é só um amontoado de políticos, muitos deles sem compromissos partidários, tão-somente movidos pela onda bolsanarista.
O Democratas surgiu, sim, para sobreviver a onda petista, mas há algum tempo é uma resistência de um jeito de pensar política. O partido, nesse novo momento, tem responsabilidades importantes frente ao que se apresentou.
Todo mundo sabe que o Governo Bolsonaro é formado por quatro grupamentos que formam uma mesa de poder. O político, o econômico, o militar e o jurídico. Nessa mesa de poder, as mais avaliadas reflexões indicam que a “perna” política talvez seja a mais frágil! O arrivismo de alguns dos mais próximos do Presidente obriga o Democratas a emprestar profissionalismo. Antes, parecia só coincidências. Agora, parece ser uma grande missão!
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