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A hora da razão! É hora de ter juízo

Faltando poucos dias para o início efetivo do Governo Bolsonaro, não é momento de tentar o que não se pode em nome de uma querência

10 de dezembro de 2018, às 15:30 | Genésio Júnior

A segunda semana de dezembro se inicia sob o signo do desafio! Desde o dia 28 de outubro, temos um presidente eleito e um pré-governo.

As revelações sobre as disputas de poder dentro do Partido Social Liberal (PSL), partido por qual foi eleito o futuro presidente, são constrangedoras e não surpreendem os mais experientes.

Por outro lado, a revelação de que o ex-assessor Fabrício Queiróz, próximo do presidente eleito, que atuava até pouco como tempo no staff do deputado estadual e senador eleito, Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) - teria depositado R$ 23 mil na conta de Michele de Paula Bolsonaro, mulher de Jair Bolsonaro, trazem problemas inegáveis.

O presidente eleito, sua mulher e seu filho não são investigados. Bolsonaro e seu filho dizem que o amigo e ex-auxiliar Fabrício Queiróz dará os esclarecimentos, cabe as autoridades aceitarem, disseram eles.

A velha política que foi alvejada pela eleição de JB e a oposição petista estão adorando as agruras do novo poderoso. Os bolsonaristas vem como ardil dos perdedores. A sociedade quer explicações.

O governo só se inicia no dia 1º de janeiro, mas o que vemos é que a maioria da equipe econômica está sendo formada por elementos ligados ao Governo Temer, a cúpula militarista ficou cada vez mais forte e a turma de Sérgio Moro está cheia de delegados federais. A Transição Governamental deverá confirmar, e  receber, o seu último ministro indicado, do Meio Ambiente.

Nesta semana, que fecha a primeira quinzena de dezembro, certamente, será a mais longa, especialmente porque o presidente eleito terá que se entender com o seu PSL ,enquanto não vem as explicações de Queiróz, que se recomenda venham, e logo. Bolsonaro não deve assumir em janeiro tendo que explicar mais ainda.

O PSL, já se esperava, seria um vespeiro. Um partido “locado” para um projeto político, agora exitoso, mas que não tem memória partidária. Reúne um bando de gente que avalia está começando o mundo como se fossem Noé, após o dilúvio. Bolsonaro que foi catapultado do baixo clero do parlamento para um projeto nacional, tem experiência de sobra sobre vivência congressual. Espera-se que ele normatize as relações dentro do partido.

O problema maior de Bolsonaro, em seu partido, é que tem dois filhos eleitos, e muito bem eleitos, para cargos na Câmara dos Deputados e no Senado. A boa política recomenda que nenhum desses filhos deveriam ser, oficialmente, os líderes de seus movimentos políticos no Congresso. Quem conhece política, seus movimentos, símbolos e mecânicas, não avalia como ajuizado que tudo o que move o governo no Congresso tenha a cara de Bolsonaro.

O presidente eleito terá um grupo de ex-deputados que vai auxiliar o ministro indicado da Casa Civil, o homem titular da Transição, Onyx Lorenzoni, na lida com a Câmara e o Senado. Isso é bom, até em caso de uma possível substituição de Lorenzoni, num futuro nada improvável –, no entanto não se pode desprezar as conquistas que virão em nome da imprevidência.

Não se pode esquecer que os filhos, deputado federal e senador, do presidente eleito nunca tiveram oportunidade de fazer política desse tamanho!

Repito, faltando poucos dias para o início efetivo do Governo Bolsonaro, não é momento de tentar o que não se pode em nome de uma querência. A hora da razão se impõe!

Jair Bolsonaro com seus filhos congressistas devem ter juízo / Foto: Pleno News


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