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A região Nordeste e a inteligência

Isso deverá se dar por um bom tempo. O assunto está imantando, pregando em tudo que anda, corre e pulsa

07 de março de 2018, às 12:49 | Genésio Júnior

Na semana passada foi oficialmente criado o Ministério Extraordinário da Segurança Pública, o ministro Raul Jungman tomou posse, um general assumiu interinamente o Ministério da Defesa, houve reunião com todos os governadores no Planalto, a PGR pediu e ficou decidido que o Presidente Temer vai continuar sendo investigado em caso da Lava Jato que teria se dado antes do início do seu mandato, ficou definido que haverá reunião com os prefeitos para tratar de segurança pública.

Diversos assuntos poderiam ser tratados aqui. Muita coisa relevante aconteceu no Judiciário, Legislativo e no mais da vida política e econômica nesse final de fevereiro e início de março, porém é inegável que a pauta de segurança é hegemônica. Isso deverá se dar por um bom tempo. O assunto está imantando, pregando em tudo que anda, corre e pulsa. As oposições argumentam que não se deveria dar tanto poder aos militares, que eles quando saem dos quartéis não gostam de voltar, que não se deveria permitir que o Ministério da Defesa fosse comandado por um militar e que isso tudo não se sustenta. Tudo muito plausível, diga-se.

Mais e o Nordeste nisso tudo? Novamente, lá vem ele e os nordestinos. Se você não dá conta, mas o novo superministro da República, Raul Jungmann, é um pernambucano. O ex-membro do antigo Partidão mais uma vez mostra que os ex-comunistas, talvez pela tradição sulamericana do nacionalismo esquerdista – saibam como poucos ter um interlocução com as forças armadas, por natureza nacionalistas. Jungmann fez, em sua posse na última terça-feira, 27 de fevereiro, uma das melhores falas que o Palácio do Planalto ouviu nos últimos anos. Digo depois de ouvir falas histriônicas de Lula, as patuscadas de Dilma e a previsibilidade de Temer por quase 15 anos.

Raul Jungmann é o nordestino do momento / Foto: Andre Oliveira, Política Real

Além da grande fala do pernambucano, inclusive mexeu nas entranhas nacionais ao salientar que muitos dos mesmos que pedem, justamente, ação forte contra a criminalidade durante o dia são os mesmos que à noite financiam essa mesma criminalidade, há de se destacar a decisão de retirar Fernando Segovia e colocar Rogério Galloro na DG da PF. Foram grande feitos, jogadas bem executadas por craques da política. Jungmann estava no meio disso tudo.

De quebra, surge a informação de que o Governo Federal deverá levar para todo o Brasil a decisão surgida no Rio de Janeiro, mas sem intervenções. 

Na última terça-feira (06/03), os governadores nordestinos vão se reunir em Teresina, capital do Piauí, e vão dizer que não querem empréstimos mas recursos na veia para lidar com a criminalidade. Como não cabe, novo imposto para financiar esse Sistema Único de Segurança pública não prospera; é quase certo que o Nordeste deve ganhar destaque na criação de um Centro Nacional de Inteligência para a Segurança Pública. Todos sabem que não é só de dinheiro que se lida com essa cavalgadura, assunto complexo. 

Se o Nordeste tiver que virar protagonista e com grande capacidade de irradiação político-institucional, nesse ano especialíssimo, será por aí. Façam suas apostas.


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