Aécio Neves e o voto da bancada nordestina
A questão, aqui posta, é como irá se comportar a bancada de senadores do nordeste, formada por 27 senadores, no caso do parlamentar mineiro
Este mês de outubro de 2017, quando a Revolução Russa completa o seu primeiro centenário, não foi desprezível para a história brasileira. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que deu ao Parlamento Brasileiro a palavra final em medidas que envolvem o exercício de mandato eletivo, pois constitucional, foi marcante.
Foi como se a Constituição de 1988 ganhasse uma lustrada, um brilho. A decisão foi tomada a partir da provocação de partidos políticos, e já estava há mais de ano dormindo nos escaninhos, como se dizia antigamente, do Supremo ainda por conta do afastamento do ex-presidente da Câmara dos Deputados, o ex-deputado Eduardo Cunha. Este episódio histórico tem a cara do afastamento do mandato, e prisão domiciliar noturna do presidente licenciado do PSDB, senador Aécio Neves (PSDB-MG).
A questão, aqui posta, é como irá se comportar a bancada nordestina, formada por 27 senadores, no caso que deu ao Parlamento, ao Senado, um protagonismo constitucional destacado.
A bancada nordestina no Senado será renovada em dois terços (2/3) na eleição de 2018. Em tese, 9 senadores não precisariam ir às urnas no ano que vem, porém é certo que desses nove, ao menos 3 ou 4 poderão ser candidatos aos governos de seus estados. Enfim, um grupo de até 22 senadores nordestinos estão sensíveis às vontades populares no ano que vem.
O Senado ganhou a palavra final no Caso Aécio Neves, porém o desgaste profundo que atingiu o senador mineiro que ganhou ares de grande estrela parlamentar nacional após a eleição de 2014, quando foi derrotado, por pouco, pela então presidente Dilma Rousseff - não deixa dúvidas que o presidente licenciado do PSDB virou um estorvo. É inegável que a bancada nordestina do Senado, menos que a Câmara dos Deputados, é bom que se alerte – tem na figura do atual Governo Federal uma referência e atenção. O Planalto nega, diz que o assunto é dos senadores, mas só quem acredita em Saci Pererê e Mula Sem Cabeça duvida que o Presidente Temer e os seus vão deixar de ajudar Aécio Neves no limite do possível, basta ver o que fez, e vem fazendo, o PSDB mineiro em favor do Presidente da República, especialmente na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.
É bom que se ressalte: está em jogo a sobrevivência política de muita gente ao mesmo tempo. O mais importante até aqui é que a Constituição Federal da República recebeu sua lustrada, fundamental. O Caso Aécio Neves mexe com as entranhas do Senado Federal e da República. Os tucanos nordestinos são poucos, o cearense Tasso Jereissati, o maranhense Roberto Rocha, o paraibano Cássio Cunha Lima e o sergipano Eduardo Amorim. Com relutâncias, ou não, Aécio Neves deve contar com esses apoios. Entre os peemedebistas é certo que ele terá o suporte do alagoano Renan Calheiros e do maranhense João Alberto. Dos grandes partidos poderíamos incluir, como certo, pepistas (PP), como o piauiense Ciro Nogueira e o alagoano Benedito de Lira. Quanto ao resto há muitas incógnitas.
A bancada do Nordeste no Senado, em muitos casos, namora com a candidatura de Lula em 2018 e não sabe qual será o tucano que se apresentará à luta. Costumo avaliar, com poucos erros, que se os nordestinos caminham para um lado, certamente, esse vencerá. Nesse Caso Aécio Neves, a falta de norte dos nordestinos no Senado, dá razões a crer que a vida do neto de Tancredo Neves está bem difícil!
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