As atenções agora se voltam para Guedes!
Os militares perdem mais do que ganham com essa tentativa de se fazer uma celebração que não precisaria existir
O Presidente Jair Bolsonaro é um craque em usar suas redes sociais e fazer enfrentamentos que, até as eleições lhe, eram quase sempre favoráveis. Depois que começou o governo, os sucessos não são lá essas coisas. Basta vez a perda de apoio nas pesquisas, mas ele continua forte com seu público raiz.
Teve um enfrentamento que ele gerou com mais desconforto que satisfações para um de seus núcleos de poder. Não resta dúvida, e todas as pesquisas mostram, que os militares são muito bem avaliados pela sociedade, hoje. Ao pedir que se comemorasse o 31 de março de 1964, como não fosse um “Golpe Militar”, ele chamou atenção do Brasil e do Mundo para uma discussão que não precisava existir.
Os militares perdem mais do que ganham com essa tentativa de se fazer uma celebração que não precisaria existir. Os militares estão na busca de uma recomposição salarial no bojo da reforma da Previdência e tentam mostrar que são os brasileiros que tem mais responsabilidade com o país, se compararmos os grupos que rodeiam o Presidente. Bolsonaro ao fazer um giro para agradar os militares, de onde vem mas há tempos não é mais – acabou fazendo um girau.
Aos militares, se chamou atenção pois cometeram crimes juntos com os brasileiros que se envolveram na guerrilha urbana e rural. Os militares fizeram muitas coisas boas em seus anos de poder, mas nos legaram a hiperinflação e a incapacidade de abrir o Brasil para o Mundo. Não precisávamos dessa polêmica!
Sobre a semana que se inicia, a princípio, não se esperam muitos problemas no Congresso para cima do Presidente Jair Bolsonaro.
Ele fica fora do Brasil até quarta-feira, 3, e no parlamento, tudo indica, não veremos pautas difíceis para o Executivo. A Comissão de Constituição de Justiça da Câmara vai tocar a discussão sobre a chamada constitucionalidade da reforma da Previdência.
No Senado, veremos os próximos passos da discussão sobre alguma tramitação de um projeto “clone” das medidas anticrime do ministro Sérgio Moro.
As atenções vão se voltar muito ao mundo econômico. O presidente Jair Bolsonaro ao deixar o Brasil rumo a Israel chamou atenção para o seu superministro da Economia, Paulo Guedes, reforçado agora com a possibilidade de uma tramitação mais tranquila da Nova Previdência – poderia empreender uma redução da tributos para as empresas, nos moldes do que fez Donald Trump nos Estados Unidos. Por outro lado, ele dizia que o Governo poderia cobrar mais dividendos dos empresários. Coisa que Trump não fez lá ,nos Estados Unidos.
O interessante é que Bolsonaro nada falou de uma mudança na tributação que interessa a classe média, que seria o reajuste da tabela do imposto de renda. É bom lembrar que estamos em época de imposto de renda, 30 de abril será a data. As empresas teriam uma folga, enquanto os cidadãos de classe média que votaram no Presidente, nada teriam. É bom lembrar que Bolsonaro se assemelha aos governos petistas, mais uma vez, que nunca quiseram enfrentar essa questão.
Há, também, um movimento claro do Ministério da Economia para tirar o ex-ministro João Henrique do comando do Sebrae. João Henrique ligado ao Governo Temer foi eleito para o posto e agora Guedes montou uma estratégia para destitui-lo. É a velha mania de não se contentar com resultado de eleições neste país. Guedes deverá avançar sobre outras entidades do sistema S.
Bolsonaro estará de folga das polêmicas, mas o seu poderoso Paulo Guedes vai ter que se virar com suas polêmicas.
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