ARQUIVO 1

As dificuldades do Centrão no Nordeste

Como o poder nordestino ficou impactado pela decisão desse grupamento político hoje, aparentemente, tão importante na vida política nacional?

29 de julho de 2018, às 13:00 | Genésio Júnior

O calendário está obrigando os políticos e seus grupamentos, partidos e tendências, a formarem projetos de poder. Pela primeira vez desde a redemocratização surgem dois grupamentos que deverão formar a sustentação política do próximo governo federal.

Antes tinha o grupo que se alinhava ao MDB, antigo PMDB, e agora tem o Centrão ou Blocão. As dificuldades que os dois partidos - PT e PSDB - que controlaram a política federal nos últimos 20 anos permitiu que isso surgisse. A decisão do grupo Centrão (Blocão) de apoiar o ex-governador Geraldo Alckmin (apoio será formalizado nessa semana) indica que as tendências de centro se aglutinam, enquanto os grupos de centro-esquerda se dividem. A divisão das esquerdas se deu por conta da insistência do PT em manter a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba (PR). O PT se volta só para si e gera a divisão em um grupo que não deixa de se reconhecer como o favorito para comandar o Palácio do Planalto.

Bem, posto isso, vamos cuidar do assunto do momento. O Centrão (Blocão). Como o poder nordestino ficou impactado pela decisão desse grupamento político hoje, aparentemente, tão importante na vida política nacional?

De cara, podemos dizer, sem dúvida, que os políticos nordestinos envolvidos (DEM, PROGRESSISTAS, SOLIDARIEDADE, PRB e PR) saíram derrotados na decisão de fechar com o tucano Geraldo Alckmin, em detrimento do ex-ministro Ciro Gomes, do PDT. Era notório que Ciro Nogueira e ACM Neto estavam mais próximos do político com origem no Ceará.

O ex-governador de São Paulo por quatro vezes é muito bem avaliado pelos nordestinos que vivem em São Paulo, que o diga uma andança ou conversa nos centros de tradições nordestinas na capital paulista, porém os que vivem acima do paralelo 20º parecem impermeáveis ao tucano.  Alckmin vive dificuldades em São Paulo, onde o deputado Jair Bolsonaro (PSL) aparece melhor que ele nas pesquisas, Outro que foi deixado de lado pelo Centrão (Blocão), especialmente pelo Partido da República, de Valdemar Costa Neto.

Ciro Nogueira e ACM Neto são os destaques nordestinos do Centrão / Foto: Painel da Folha

Os profissionais da política, que deverão ser governo qual seja o que estiver no Planalto em 2019 - rumaram para Alckmin convencidos que era o melhor rumo. Em tese, se eles sentem cheiro de poder à milhares de quilômetros, não podemos desprezar tal avaliação. Juntos ao Centrão estão também o PSD, PTB e PPS. No Nordeste, esses partidos estão alinhados, em sua maioria, com os governos de centro-esquerda do PT, PSB e PC do B.

A ordem no Centrão (Blocão), apurou o site Política Real ainda em junho, era definir o tempo de televisão para um nome a ser escolhido e permitir que cada um dos partidos fizessem suas arrumações locais. A  logística dessa arrumação parece impossível de ser gestada na região onde Lula nada de braçada.

Não podemos esquecer que essa eleição federal será finalizada, seja em que cenário for, em dois turnos. 

No Nordeste, há forte possibilidade de muitas das eleições com os partidos de centro-esquerda terminarem em primeiro turno. Se haverá dificuldades para um palanque para Alckmin frente as questões locais, se o tucano chegar ao segundo turno, o que não é impossível agora, visto que as eleições proporcionais só têm um turno - nada garante que o poder dos governadores de centro-esquerda vai impedir que os palanques do Centrão sigam para onde eles acharem melhor!

De fato, essas eleições prometem!


REDES SOCIAIS

NOTÍCIAS MAIS LIDAS

VÍDEOS MAIS VISTOS